700 milhões

Novo “Pequeno Príncipe” promete ser referência mundial em cirurgias de alta complexidade

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Uma obra grandiosa no bairro Bacacheri promete elevar Curitiba ao posto de referência mundial em procedimentos médicos de alta complexidade, como transplantes multiviscerais. Está tudo pronto para o início da construção do Hospital Pequeno Príncipe Norte, nova unidade do quase centenário complexo hospitalar curitibano, que começa a ser erguida até o final do ano.

A obra orçada em R$ 700 milhões e que será dividida em duas partes: primeiro o Hospital-Dia, com previsão de entrega para 2020, e o Hospital de Alta Complexidade, que ainda está no papel, mas já tem planejamento avançado, inclusive com treinamento de profissionais.

Mas vamos por partes para contar essa história. Numa área de quase 200 mil metros quadrados (124 mil metros de área construída), localizada nos fundos do Aeroporto do Bacacheri, será construído o novo complexo, que além dos dois hospitais, ecologicamente responsáveis, inclui um espaço para grupo de escoteiros, uma faculdade, um Jardim Botânico e uma horta com produtos fitoterápicos.

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A licença ambiental já foi concedida e as obras de terraplanagem começam nos próximos meses. A obra total terá custo de R$ 700 milhões, mas a entidade tem apenas R$ 17,7 milhões em caixa. Para o primeiro prédio, estima-se que o gasto seja de R$ 60 milhões, incluindo a preparação do terreno, construção do prédio, adequações ambientais, e o jardim botânico. E de onde virá o dinheiro?

Segundo o diretor do hospital, José Álvaro da Silva Carneiro, diferente do que se imagina, pode ser até fácil levantar estes 40 e poucos milhões. “Não temos medo nenhum de não ter dinheiro. No mundo há muito mais dinheiro disponível do que bons projetos. E somos muito bons no que fazemos”, garante. E de fato, a história do Pequeno Príncipe (PP), contando os prêmios que recebeu e as realizações feitas, dá credibilidade ante a qualquer investidor.

O PP é uma das cinco melhores organizações do Brasil em captação de recursos e para conseguir este sucesso é preciso ser praticamente uma usina de boas ideias, com projetos bem feitos e exequíveis.

“Tendo este histórico e um dinheiro para investir, você consegue um ‘match’ e automaticamente consegue com investidores mais um ou dois dinheiros iguais aos que você já tem. Com isso, com facilidade, conseguimos levantar até R$ 34 milhões. Com mais R$ 10 milhões prometidos pelo Beto (Richa, ex-governador), promessa mantida pela Cida (Borghetti, atual governadora) conseguimos fazer essa engenharia financeira”, explicou.

Neste primeiro prédio o Pequeno Príncipe Norte vai poder ampliar o atendimento de internações e cirurgias de baixa complexidade. Serão 3 mil atendimentos e 800 cirurgias por mês na nova unidade.

Para a entidade, o novo espaço será lembrado também como a conquista da sonhada casa própria, já que poderá deixar de alugar os locais nos quais mantém a faculdade e o instituto de pesquisa.

Referência continental

hospitalpp3“O hospital nascerá com a pretensão de ser referência. O melhor cirurgião especialista em transplantes deste tipo no mundo é um curitibano, o Rodrigo Viana, que trabalha em Miami no Jackson Memorial. Neste momento já temos médicos fazendo estágio com ele. Este tipo de cirurgia não é para uma pessoa só. Precisamos de uma grande equipe supertreinada”, disse Carneiro.

Conseguir o dinheiro para o Hospital de Alta Complexidade é um desafio muito maior, mas o trabalho começa com um trunfo. Existem os chamados fundos de impacto, que associam investimento a boas ideias e estão interessados em gerar comoção social positiva. São financiamentos com carência de cinco anos para começar a pagar e 30 anos de prazo.

“Quando resolvemos construir o laboratório genômico tínhamos R$ 500 mil e ele custou R$ 14 milhões). Inventamos o resto. Temos um anel de saturno de dinheiro no mundo e muitos não sabem onde por. Vamos atrás deles”, garante, confiante, o diretor do PP. Uma das possibilidades é o namming rights dos espaços que serão construídos. “Já tem uma grande montadora que quer patrocinar toda a adaptação da estrutura nas questões ambientais, de reuso de água e telhado gramado, por exemplo”.

O terreno, que está avaliado em R$ 130 milhões, também é um garantidor. O local pertencia à Associação Eunice Weaver do Paraná, que doou o terreno ao Pequeno Príncipe numa espécie de parceria. O PP assumiu a administração da ONG e passa a tocar o planejamento.

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