Cerca de 30 pessoas se reuniram, na manhã deste domingo (14), no Largo da Ordem, centro histórico de Curitiba, para continuar na luta pela doação de órgãos. O movimento foi organizado por familiares e amigos da pequena Isabella Fuentes Silva, de apenas cinco meses, que precisa de um transplante de coração.
Isa precisa de um coração. Foto: Arquivo Pessoal. |
A menina saiu do coma induzido, mas continua internada na UTI do Hospital Pequeno Príncipe. Segundo a mãe, Paula Heidy Aguilera Fuentes, a filha não apresentou melhora no quadro clínico, mas também não evoluiu para algo pior. “Ela continua internada, em estado grave, mas estável. Não está em coma, mas continua sedada entubada”, explicou.
Isabella contraiu o citomegalovírus, uma doença que impede o coração de bombear sangue para o resto do corpo. Depois de várias tentativas com medicamentos, a família descobriu que a única chance da garota é com o transplante e foi aí que a luta começou.
Familiares e amigos se reuniram em frente ao Hospital Pequeno Príncipe, pra uma ação de |
Na manhã de quinta-feira (11), familiares e amigos se reuniram em frente ao hospital onde Isabella está internada, para alertar sobre a importância da doação de órgãos. Foram distribuídos panfletos para motoristas, para incentivar as pessoas a procurar saber mais sobre o assunto.
Neste domingo, estiveram presentes no movimento representantes da Central de Transplantes de Órgãos do Paraná e da Associação Paranaense de Crianças Cardiopatas Coração de Leão. “A nossa intenção, com esse segundo movimento, é continuar na luta não só por salvar a Isa, mas também quantas pessoas nós conseguirmos”, disse a mãe.
Família entregou panfletos para pedir mais doadores. Foto: Colaboração. |
Doações no Estado
Segundo a Secretaria da Saúde do Paraná, no ano passado, foram registradas 795 mortes encefálicas no Estado. Destas mortes, houve doação de órgãos em 300 casos. Nas outras situações, as famílias não doaram por problemas na condição clínica ou por recusa dos responsáveis.
A morte encefálica é a interrupção irreversível das atividades cerebrais e é a principal forma de doação dos órgãos. Este tipo de morte é diagnosticada por, pelo menos, dois médicos de áreas diferentes, e acontece normalmente por traumatismo craniano, tumor ou derrame.
A doação dos órgãos, nos casos em que pode ser feita, só é permitida com a autorização familiar. Para a Central Estadual de Transplantes do Paraná (CET-PR), muitas famílias recusam a doação de órgãos por não compreender ou não acreditar na morte encefálica. “Por isso, acho importante fazer toda essa conscientização, porque a morte de uma pessoa pode salvar a vida de pelo menos 10. E é isso que as pessoas precisam entender”, explicou Paula Fuentes,.
“Só temos uma saída: um coração novo”, dizem pais da menina. Fotos: Gerson Klaina. |