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Nome do Pequeno Cotolengo é utilizado para aplicar golpes em empresários

O nome do Pequeno Cotolengo vem sendo usado para aplicar golpes em pequenos comércios de Curitiba. Segundo o instituto, uma pessoa está percorrendo lojas dos bairros Portão, Fazendinha e Santa Quitéria, no entorno da entidade que fica no Campo Comprido, vendendo espaços publicitários na revista da entidade. A publicação, no entanto, é destinada ao público interno e a parceiros e não faz venda de publicidade. O Pequeno Cotolengo é uma instituição beneficente que atende pessoas com deficiências múltiplas.

Uma das vítimas do golpe foi o microempreendedor Adriano Dal Bello. Dono de uma loja de celulares no Portão, o empresário foi procurado pelo suspeito e conta como foi a tática de convencimento do suposto representante do Cotolengo. “Ele se apresentou, deu um cartão e tinha um bloco de recibo. Mostrou diversas revistas. Me interessei. Só paguei na hora porque ele deu um senso de urgência, dizendo que precisava fechar a publicidade ainda naquele dia para ela ir para a revista”.

Este é o primeiro sinal de alerta, de acordo com Vanessa Alice, da Delegacia de Estelionatos. Para a delegada, o convencimento do golpe passa pela comoção, por isso o uso do nome da instituição de caridade, e também pela pressa, já que o suspeito não pode dar brechas para não ser descoberto. “A urgência, a insistência, a presença muito repentina, sem maiores documentações ou agendamentos, são sinais para que as pessoas fiquem alerta e desconfiem”, disse.

Segundo Dal Bello, a venda envolvia também uma contribuição para a instituição. O empresário diz que tem vínculo com o Pequeno Cotolengo desde a infância e que sempre que pode procura participar de ações que ajudem a instituição. “Ele queria também uma contribuição. Isso era mais importante para mim. O Cotolengo é uma instituição que conheço desde criança. Sempre vou em bingos e churrascos porque a gente sabe o que eles representam”, afirmou.

Prejuízo

Dal Bello diz que acabou vítima do golpe assim como sua mãe, que tem uma loja de costura ao lado da sua. “Ela é costureira e também gostou, queria ajudar. Então nós dois acabamos dando um valor ao homem. Ele deu o recibo da fictícia empresa dele e ficou de voltar para a gente verificar como ficaria a publicidade”. Os dois deram R$ 100 ao suspeito.

Apresentando documentos, o criminoso busca transmitir alguma credibilidade. Para a delegada da Estelionatos, quando a pessoa recebe um representante de uma organização beneficente, deve procurar a própria instituição para verificar a confiabilidade da visita antes de fechar qualquer negócio. “Quando se trata de instituições, deve ter um setor de assistência social. A gente recomenda que as pessoas procurem investigar, averiguar, junto a entidade. Vai direto no órgão que está necessitando o auxílio”.

Adriano só foi descobrir que foi vítima do golpe quando procurou o Pequeno Cotolengo, já que não conseguia contato com o vendedor nos telefones informados. O empresário se diz incrédulo com a situação. “Resolvi ligar na revista e acabei falando com uma pessoa lá que me contou que eles não vendem publicidade. Estou desacreditado. Como pode uma pessoa fazer isso com uma instituição como o Pequeno Cotolengo?”, comentou.

O Pequeno Cotolengo afirma que já realizou Boletim de Ocorrência da situação, na última terça-feira (19). A instituição reafirma que não vende qualquer espaço publicitário em sua revista e pede que as pessoas denunciem caso forem procuradas por qualquer pessoa com este fim agindo em nome da organização.

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