Confusão

Ninguém respeita orientações nas pistas de corrida, bike e caminhada no Parque Barigui

No interior do Parque Barigui, boa parte do trecho asfaltado é dividido em três partes: uma pista para quem usa bicicletas, patins e afins, outra para quem corre e outra para quem caminha. A distinção de uso, porém, não é respeitada por todos, o que deixa principalmente os ciclistas incomodados com a interrupção constante do exercício e o medo de atropelar alguém – especialmente crianças ou idosos. A situação piora aos fins de semana de sol, quando o parque está lotado, e não deixa de levantar a dúvida: trata-se de um problema de sinalização ou de falta de educação?

Para o ciclista Fábio Almeida, que pedala há 14 anos e tem o Barigui como local de treino diário, o motivo é um misto dos dois problemas. “Tem gente que não está nem aí e anda na pista errada de propósito, mesmo. Mas a sinalização está deixando a desejar, com as placas apagadas ou vandalizadas, e a pintura fraca”, afirma Almeida.

Segundo o ciclista, o local também é para lazer, tem trânsito de pessoas e, portanto, não deve ser usado como pista de corrida. Mesmo em uma velocidade não tão alta, porém, o medo de atropelar alguém que não respeita a distinção das pistas é eminente. “Eu buzino, falo para as pessoas saírem, e muitas delas realmente não tinham percebido a diferença de cada uma das vias”, conta.

De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, não existe uma proibição de uso de uma ou outra pista, tratando-se apenas de uma indicação.

“Mas a regra básica de convivência básica é usar o parque sem tirar o espaço dos outros”, opina a psicóloga Michele Pisseti, que corre no parque semanalmente. De acordo com a psicóloga, que tem experiência do local tanto aos fins de semana quanto durante a semana, a impressão é de que aos sábados e aos domingos muitas pessoas pensam que as regras não valem. “Por estar lotado, parece que a orientação de pistas é ignorada, mas o parque é público de domingo a domingo”.

Quem vai ao local com crianças fica preocupado principalmente com o exemplo dado pelos mais velhos, segundo Cleonice Jonck, cuidadora de idosos que leva ao parque o enteado, de 6 anos. “Às vezes, as crianças ficam olhando que tem gente caminhando na pista da bicicleta e acham que podem também. Eu já ensinei para ele, mas fico sempre de olho, para que ele não corra para o outro lado – o que muitos pais não fazem”, explica. Para Cleonice, a distância entre as sinalizações na ciclovia poderia ser menor para minimizar esses problemas.

Além do reforço na sinalização – em especial das placas, que foram vandalizadas -–, o bancário Antonio Gioppo Carneiro sugere ações de conscientização da Guarda Municipal aos fins de semana. Apesar do problema, Carneiro afirma que nos outros aspectos o parque está “muito bem cuidado, é só um detalhe que pode melhorar o convívio de todos”.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente afirma que toda a sinalização do Barigui foi projetada dentro de normas junto com a Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), e que a substituição ou reforço das placas está em estudo. Mas, de acordo nota enviada pela pasta, “estas informações [nas placas], especificamente, não são fundamentais para orientação de uso das três pistas”, visto que há a pintura indicativa na pista, a cada 50 metros.

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