A possível chegada de neve em Curitiba na próxima sexta-feira (21), já é um dos assuntos mais comentados na cidade. A possibilidade realmente existe, mas sem chance de imaginar a construção de um boneco de neve ou até mesmo uma enorme bola branca para arremessar no amigo. Ao que tudo indica, se cair neve, vai ser fraca. Uma chuva congelada é o mais provável.
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A notícia da chegada da neve por aqui surgiu no domingo (16), quando a empresa MetSul Meteorologia divulgou que uma massa de ar frio potencialmente histórica chegaria ao Sul do Brasil com potencial de neve. Para isto ocorrer, a temperatura precisa estar muito baixa não só na superfície, como na camada da atmosfera entre a nuvem e o solo. Além disto, não pode ter chuva forte ou moderada, pois aí forma uma chuva congelada, o que é mais comum em Palmas e General Carneiro, cidades localizadas no sul do Estado.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), órgão que estuda e analisa o clima no Estado, ainda é cedo para ter uma convicção se realmente pode nevar novamente em Curitiba, como ocorreu em 1975 e 2013. Ana Beatriz Porto, meteorologista, reforça que existe esta chance até pela queda de temperatura e tempo instável.
“Muita coisa pode mudar, especialmente quando se trata destes fenômenos raros. A previsão é de frio na quinta-feira (20) variando de 6 a 13°C. Com esta temperatura, sem chance de neve. Já na sexta, com a mínima de 4°C, é difícil de ocorrer, mas aí depende de outras variáveis”, esclareceu Ana Beatriz.
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Com a chance de nevar, os especialistas já analisam a forma com esta precipitação irá cair na superfície. Em 2017, no dia 18 de julho, Curitiba apresentou chuva congelada quando a temperatura chegou a 1,2°C entre o fim da madrugada e o início da manhã. Para esta semana, a tendência é que este fenômeno se repita, ou seja, nada de boneco de neve.
Dias de neve
Há 45 anos, em julho de 1975, nevou em Curitiba. Imagens até hoje são lembradas do espetáculo. Em 2013, também foi motivo de comemoração, apesar que a intensidade foi bem menor em relação ao da década de 70.
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“Eu torço até por isto, pois é bonito. Acho muito difícil, a gente ter o inverno como os de antigamente devido ao aquecimento global. Temos hoje poucos casos de resfriamento e até mesmo a geada, diminuiu. A gente que trabalha neste meio percebe que estamos tendo mais calor, temporais mais fortes e quando chega ar frio, dura pouco”, comentou a meteorologista.
Conheça os tipos de Neve
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), neve é a precipitação de cristais de gelo brancos formados diretamente pelo congelamento do vapor de água que se encontra suspenso na atmosfera. Tem uma forma bem característica, em geral, em forma hexagonal e complexamente ramificados.
Neve granular
Em tese, seria uma versão menor da neve tradicional, uma precipitação na forma de partículas muito pequenas e opacas de gelo. A formação entre a neve e a neve granular é mesma: água que desce das nuvens e encontra temperaturas tão baixas ao cair que vai congelando.
Chuva congelada
Em muitos casos, o fenômeno antecede a precipitação de neve e por isso é tão fácil confundir. Ela cai como se fosse um gelinho. Assim como para a formação de neve, frio extremo, próximo ou abaixo do 0°C, e alta umidade são imprescindíveis.
Chuva congelante
A diferença entre a chuva congelada e a chuva congelante é a forma como a precipitação chega ao solo. Enquanto a chuva congelada chega, normalmente, em estado sólido, a chuva congelante é a chuva que descongela na atmosfera, mas volta a congelar assim que toca o solo. Assim como para a formação de neve, frio extremo, próximo ou abaixo do 0°C e alta umidade são imprescindíveis.