16 anos do crime

Neonazistas são condenados a mais de 30 anos por morte de casal na RMC

Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Weachter Ferreira
Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Weachter Ferreira foram assassinados após uma festa que reuniu neonazistas em um chácara na zona rural do município da Região Metropolitana de Curitiba. Foto: Arquivo Pessoal.

O Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, encerrou no último sábado (22) o julgamento de quatro réus acusados do homicídio de um casal de jovens em 2009. Dois dos denunciados foram condenados pelo crime, que teria sido motivado por uma disputa pelo comando de um grupo neonazista.

O réu que recebeu a pena mais severa foi condenado a 35 anos, 2 meses e 15 dias de prisão em regime fechado. O Conselho de Sentença acatou as teses do Ministério Público do Paraná (MPPR), reconhecendo as qualificadoras de motivo torpe e surpresa. O segundo condenado recebeu pena de 32 anos, 3 meses e 15 dias, com a qualificadora de surpresa.

O julgamento, iniciado na quinta-feira (20), se estendeu até a madrugada de sábado. Um dos condenados começou a cumprir a pena imediatamente, sem direito a recurso em liberdade. Para o outro, que não compareceu à sessão, foi expedido mandado de prisão. O MPPR avalia a possibilidade de recorrer da decisão em relação aos dois acusados não condenados.

Sobre o crime

O crime ocorreu na madrugada de 21 de abril de 2009, durante uma festa que celebrava os 120 anos do nascimento de Adolf Hitler, em uma chácara em Campina Grande do Sul. Segundo a denúncia, os acusados agiram de forma coordenada para que as vítimas, um casal de 21 e 24 anos, deixassem o local.

O casal saiu da festa em um carro pela BR-116, acompanhado por um dos denunciados. Outro veículo, conduzido por um dos acusados, forçou o carro das vítimas a parar no acostamento, no km 6 da rodovia, sentido Curitiba-São Paulo, em Quatro Barras. Dois dos denunciados, então com 19 e 21 anos, saíram encapuzados do segundo carro portando pistolas e dispararam contra o casal, que morreu no local.

A denúncia, apresentada pelo MPPR em maio de 2009, aponta cinco executores e um mandante. O suposto mandante, que tinha 34 anos na época e reside em São Paulo, será julgado pelo Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul em 22 de maio deste ano. Um dos executores faleceu durante o processo.

O caso, que tramita há quase 16 anos, enfrentou diversos adiamentos e complicações. Alguns dos investigados chegaram a ser presos e tiveram julgamentos marcados, mas sucessivos adiamentos prolongaram o processo até agora.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna