O Natal é uma época de muita alegria, de reunião entre familiares e amigos, e da tradicional troca de presentes. Exatamente por isso, é uma das datas mais esperadas pelo comércio e também pela indústria, pois movimenta fortemente os mais diversos setores da economia. Mas você já parou para pensar nos efeitos colaterais que esse aumento do consumo pode provocar na sociedade e no meio ambiente?
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Para saber se é possível fazer um Natal mais sustentável, a Tribuna do Paraná conversou com uma especialista na área, que dá dicas fáceis de serem seguidas para conciliar a alegria de presentear as pessoas amadas com um maior cuidado ambiental e social.
“A gente pode olhar para esse impacto causado por esse consumo, muitas vezes exagerado dessa época do ano, e buscar caminhos para reduzi-lo. E podemos fazer isso já a partir das coisas mais simples. Por exemplo, qual a necessidade de sair com uma sacola plástica de cada loja que a gente entra. Porque depois a gente chega em casa e provavelmente vai descartar essas sacolas”, explica Mariana Schuchovski, palestrante, professora e consultora em sustentabilidade.
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Ainda segundo a professora e consultora em sustentabilidade, o uso de pacotes de presente também pode ser repensado. “Outra coisa muito comum nessa época é a quantidade enorme de pacotes de presentes e embalagens, muitas vezes exageradas, de produtos que são descartados depois da festa. A gente vivencia isso em grande parte das casas nos dias seguintes ao Natal”, diz Mariana.
Responsabilidade social
Mas é possível ir além desse cuidado superficial e buscar se informar sobre toda a cadeia produtiva do produto que se pretende adquirir. Hoje em dia, as informações sobre a responsabilidade social e ambiental das empresas são muito mais acessíveis do que há alguns anos, e os consumidores têm mais condições para fazer uma compra mais sustentável.
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“Imagine que uma pessoa vá comprar uma camiseta para dar de presente. A partir daí ela tem uma série de opções para fazer essa compra. Ela pode optar, por exemplo, por um produto que custa R$ 15, mesmo sendo importado, ou por um outro vendido por R$ 60. Logicamente que o primeiro parece ser mais vantajoso, mas será que é mesmo? Será que as pessoas que colheram o algodão dessa camiseta mais barata trabalham em condições adequadas lá no país em que elas vivem? Será que os funcionários da confecção têm todos os direitos trabalhistas respeitados? E a empresa que está vendendo, será que ela paga devidamente os impostos? Questionar isso é importante para saber se nosso consumo é consciente”, explica a consultora, que propõe que esse exercício pré compra seja utilizado inclusive para valorizar o presente.
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“Na hora de entregar o presente podemos contar a sua origem, valorizando as boas práticas utilizadas na sua produção. Seguindo com o exemplo da camiseta, é muito melhor presentear uma pessoa com algo que conhecemos a origem e o respeito a todos os envolvidos na cadeia produtiva. E porque não contar para quem a gente vai presentear que aquela peça foi produzida com algodão nacional, oriundo de uma lavoura ambientalmente responsável, em uma fábrica que proporciona condições de trabalho adequadas e respeita os direitos dos funcionários, que estimula a diversidade ou que emprega preferencialmente mulheres que viviam à margem da pobreza, entre outros exemplos de boas práticas”, diz a Mariana.
A consultora ainda que ressalta, que ao agir assim é possível valorizar ainda mais o presente escolhido. “O presente ganha um significado ainda mais especial quando valorizamos esses quesitos que influenciaram a nossa compra e os transmitimos para quem é presentado”, complementa.
Então, se você ainda for comprar algum presente de Natal, por que não colocar em prática esse cuidado com a sustentabilidade, transformando o que seria um agrado para uma pessoa em algo maior, que interfere positivamente em toda a comunidade? Vale a reflexão!