Investigação

“Não saí de casa pra matar”, diz motorista de ônibus que passageira morreu em choque com trem

Casa destruída após colisão de trem e ônibus na Rua Osiris del Corso, no bairro Cajuru, que matou uma mulher. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

Paulo Afonso Ramires, motorista do micro-ônibus em que uma das passageiras morreu após choque com um trem na madrugada de terça-feira(20), no bairro Cajuru, em Curitiba, confirmou em depoimento à Polícia Civil que não ouviu o apito da locomotiva no acidente. Ele também afirmou que o farol do trem não estava aceso.

“O problema ali está na sinalização e a buzina do trem eu só ouvi quando estava batendo em mim. De onde ele veio tem umas árvores que não dá para enxergar e o farol do trem não estava ligado”, relatou o motorista em entrevista para a RPC. “Não saí de casa para matar ninguém ou machucar alguém. Sou responsável, um motorista qualificado e treinado. O ônibus não apresentou nenhum problema”, complementou Ramires na entrevista.

LEIA MAIS – Vizinhos da linha de trem no Cajuru onde mulher morreu convivem há anos com acidentes

O acidente aconteceu na Rua Osiris del Corso, cruzamento com linha férrea mais crítico de Curitiba, com oito acidentes só até aqui em 2020. O choque resultou na morte da auxiliar de produção Sirlei Mendes dos Santos, 44 anos. Outros cinco passageiros do micro-ônibus, que transportava 15 pessoas que retornavam do trabalho em uma fábrica de peças de São José dos Pinhais, chegaram a ser internadas com ferimentos.

Além disso, uma residência a poucos metros do trilho foi atingida pelo ônibus após a colisão com o trem e teve parte de sua estrutura destruída. Ninguém saiu ferido no imóvel, mas reforçou o medo dos moradores que convivem perto de trilhos em Curitiba.

Rumo

Em nota, a Rumo, concessionária responsável pelo trem que administra a linha férrea, diz que o maquinista estava cumprindo todos os protocolos de segurança no momento do acidente. Segundo a empresa, a locomotiva estava com o farol ligado conforme o padrão operacional que é obrigatório para a circulação do trem.

VIU ESSA? – Candidatos questionam trens cortando Curitiba após acidente com morte no Cajuru

A concessionária reforça ainda que o maquinista adotou todos os procedimentos de segurança ao atravessar uma passagem em nível, acionando a buzina com antecedência para alertar sobre a aproximação do trem.

Vale ressaltar que o trem sempre tem preferencial no cruzamento da linha férrea com uma rua. Conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), outros veículos devem sempre parar, olhar e escutar para fazer a travessia segura em um cruzamento com linha de trem. Segundo o CTB, atravessar uma passagem em nível sem antes parar é infração gravíssima.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna