A Rua Honduras, na Vila Marcelina, em Colombo, é um endereço de contrastes. Enquanto os moradores investem na melhoria de suas casas, a via permanece sem asfalto e repleta de buracos que, dependendo da força das chuvas, atingem tamanhos enormes. Para aumentar a insatisfação, a prefeitura só realiza trabalhos como o manilhamento da rua mediante o pagamento do material. E essa prática só faz aumentar o número de questionamentos sobre o destino do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pago por eles há muitos anos.

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“Só conservam o buraco”, critica o técnico de segurança eletrônica Ilson Barbosa, 48 anos, que há 8 anos espera por um trabalho de urbanização da rua. A moradora Divonete Castro, 55 anos, reside no mesmo endereço da Rua Honduras há 30 anos e diz que de lá para cá pouco mudou. “O máximo que fazem é mandar as máquinas para tapar os valetões que se abrem após uma enxurrada”, conta.

Residindo há 22 anos na esquina das ruas Honduras e Jamaica, o aposentado Alcides Souza Martins, 63 anos, optou por arcar com as manilhas para diminuir os problemas da falta de estrutura da rua. Mesmo assim, após efetuar o pagamento à vista do material, no valor de R$ 927,90, ele ainda esperou 30 dias para que somente ontem as máquinas da prefeitura fossem executar o serviço. “Pelo menos vieram. Em outubro de 2010, paguei a última parcela de 15 prestações de R$ 131, 83 para que viessem asfaltar, mas até agora isso não aconteceu”, conta.

O chefe de obras da regional Jardim Osasco, José Sidnei Messias, explica que a orientação da Secretaria Municipal de Obras tem sido essa: “se comprar a manilha a prefeitura executa a obra”. Sobre o asfalto na rua, ele diz que somente com a quitação de 60% do valor das obras o serviço é realizado. A assessoria de imprensa da prefeitura admite que as manilhas seriam de responsabilidade da administração municipal, mas por falta de condições financeiras tem proposto esse tipo de parceria com a comunidade.

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Questão de saúde pública

Além da alternância entre pó e lama na Rua Honduras, a moradora Divonete Castro aponta para mais um problemas no local: o lixo acumulado no córregos e nas margens de uma valeta que fica na lateral da sua residência. “A prefeitura diz que os órgãos ambientais não autorizam a canalização, mas isso se transformou em um criadouro de mosquitos e ratos”, reclama. A moradora diz que, dependendo da época, sua casa é invadida pelo ratos, que cavam buracos até o terreno dela. “Já tive que trocar o piso da casa por conta dessa invasão”. A prefeitura se comprometeu a enviar uma equipe no local para avaliar que providência pode tomar.

Gerson Klaina
Alcides pagou R$ 927,90 pelas manilhas e após 30 dias, ontem a prefeitura fez o serviço. Mas até agora nada do asfalto, pago em outubro de 2010.
Gerson Klaina
Ilson: só conservam o buraco.
Gerson Klaina
Divonete: lixo acumulado virou criadouro de mosquitos e ratos.
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Assista no vídeo o depoimento da moradora Divonete.