Ao fechar o portão de casa rumo trabalho na madrugada desta terça-feira (10), a atendente escolar Roseli Dembeski, de 53 anos, mal poderia imaginar que a poucos passos dali encararia uma das maiores emoções da sua vida. A rotina da jornada diária, que começa em um ônibus às 5h08, simplesmente veio ao chão depois que ela decidiu abrir uma caixa de sapato no ponto do coletivo. Dentro, estava um recém-nascido, um menino saudável, chorando e ainda com partes do cordão umbilical.
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O caso foi no bairro Pinheirinho, na Rua Rogério Xavier Rocha Loures, em Curitiba. O chamado na Polícia Militar entrou às 5h28 e, logo depois, uma ambulância do Siate estacionou em frente à casa de Roseli. Do veículo, os bombeiros saltaram achando se tratar de um bebê que tinha nascido em um parto às pressas dentro de casa.
“A moça do Siate veio achando que ia atender um bebê que tinha nascido aqui em casa. Quando falamos que não, que achamos a criança, até ela quase chorou”, conta Roseli. “Eu ainda não sei descrever o que eu senti. Chorava de alegria por ter encontrado e de raiva da mãe por fazer isso”, relembra.
Segundo a atendente, a caixa de sapato que ela encontrou no ponto de ônibus estava enrolada em uma manta. Para ela, tudo já parecia suspeito, mas mesmo assim ela só decidiu abrir a caixa depois da chegada de uma colega. “Eu cheguei mais perto e ouvi o chorinho de uma criança, mas a última coisa que você pensa é que vai ter um bebê dentro da caixa. Mas aí a moça que pega o ônibus junto comigo disse ‘É um bebê! Pega’. Quando abri ,lá estava ele, bem limpinho, bem cuidadinho. Foi uma sensação muito louca que não tenho como explicar”.
Depois de encontrar o bebê, Roseli decidiu acompanhar a criança até Hospital do Trabalhador, para onde o menino foi levado pela equipe do Siate. No hospital, a médica pediatra afirmou que o recém-nascido nasceu nesta segunda-feira (9) e que é perfeitamente saudável. O bebê continua internado.
Agora o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), da Polícia Civil, deve investigar a situação — embora até as 9h30 o hospital não tenha notificado o caso à polícia. Até as 9h45 desta terça, o Conselho Tutelar também não havia sido notificado do caso.
Ainda assim, para Roseli, a situação desta manhã não foi simplesmente um acaso. “Isso tem algum propósito na vida dela e da minha. Eu vou fazer o que puder para conseguir adotar esse bebê”, afirma a atendente, que tem duas filhas, uma 22 e outra de 18 anos. “As minhas filhas estão tão empolgadas por este bebê quanto eu. Sei que é difícil, tem uma lista de espera, mas vou fazer o que for preciso. Vai ser uma alegria”, completa.