A professora Isabel Oliveira, 43 anos, decidiu registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) após tirar a roupa dentro do supermercado Atacadão, em Curitiba, para protestar contra racismo. O caso ocorreu na última sexta-feira (7), no Portão. Ela diz que foi perseguida por mais de meia hora por um segurança do estabelecimento enquanto fazia compras no local.

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O B.O. foi registrado por ela nesta segunda-feira (10), por volta das 15h, na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A professora estava acompanhada da advogada e de representantes de movimentos negros. Ela deve ser ouvida por uma delegada.

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Entenda o caso

“Só entrei para fazer minhas compras, não estava oferecendo risco a ninguém”. Essa foi uma das frases ditas por Isabel de Oliveira, em um vídeo postado nas redes sociais.

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No vídeo a professora, bastante emocionada, relata como se sentiu ao ser seguida pelo segurança do atacadista. “Eu odeio fazer isso, mas tenho que fazer uma denúncia. Fui tratada como se eu fosse uma marginal, fiquei sendo perseguida pelo segurança por mais de meia hora. Eu aguardei, esperei para ver ser era isso mesmo. Perguntei se eu era uma ameaça e ele disse que estava cuidando do setor, que era função dele”, disse a professora.

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Confira o desabafo abaixo

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Depois da experiência no supermercado, a professora foi para casa e escreveu frases em seu corpo e retornou ao mercado realizar as compras que precisava, desta vez apenas com roupas íntimas. “Sou uma ameaça?”, escreveu ela em seu corpo. Outro vídeo postado pela mulher mostra o protesto, que ocorreu sem a intervenção de colaboradores do local.

“O papel dele deve ser perseguir uma pessoa preta dentro do mercado. Não dá pra ser tratado como se fossemos uma ameaça. Eu sei o que aconteceu e eu tenho que provar que estava sendo perseguida pelo segurança. Isso não pode ficar assim”, ressaltou a professora, que informou ao G1 Paraná que irá confeccionar um Boletim de Ocorrência contra o estabelecimento nesta segunda-feira (10).

Professora relatou que foi seguida por um segurança por mais de meia hora e voltou para protestar. “Eu era uma ameaça?, questionou. Foto: Reprodução/Instagram.

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E aí, Atacadão?

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do Atacadão. Ao portal G1, porém, a empresa disse que apura o caso, ouviu colaboradores e analisou câmeras do circuito de segurança. A empresa informou que não identificou indícios de abordagem indevida e que está à disposição de Isabel. No post a empresa mandou uma mensagem para a professora. “Olá, Isabel! Enviamos mensagem para você. Aguardamos o seu retorno com detalhes. Estamos à disposição”, disse a rede de atacadistas no vídeo em que ela fez o desabafo.

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