O Paraná tem 600 mil universitários, de acordo com a estimativa da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em maioria, conectados às diversas redes sociais. As reuniões em sedes fixas foram transformadas em grupos de Whatsapp, por onde acontece, por exemplo, a divulgação de manifestações.

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Um exemplo disso foi o protesto que garantiu que o Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, não saísse do regime especial. A proposta foi enviada em novembro do ano passado à Assembleia Legislativa pelo Poder Executivo, junto ao “pacotaço” que previa uma série de privatizações às vésperas do final do ano legislativo. Caso fosse aprovada, o CEP passaria a integrar a Secretaria de Estado da Educação, o que poderia impactar diretamente o orçamento da instituição.

Em questão de horas, os estudantes organizaram a confecção de cartazes e uma caminhada do colégio ao Poder Legislativo, para a tarde do dia 22. O então secretário-geral do grêmio estudantil, Gustavo Belão, destaca que as redes sociais se transformaram em uma ferramenta de comunicação entre os alunos, principalmente durante a pandemia.

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“A minha gestão começou no meio da pandemia. Era uma geração de alunos que não conhecia a grandeza do CEP e precisávamos nos reconectar com eles. Os estudantes precisam entender mais o que são os espaços de política.O grêmio não serve para promover só festa ou gincana. O foco disso é realmente voz política” afirma o aluno

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Gustavo entrou para o grêmio estudantil aos 14 anos de idade e permaneceu à frente do movimento até os 16, quando uma nova chapa assumiu. Ele defende que a organização é a voz dos estudantes para além da sala de aula.

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“A gente tá num colégio muito grande, tem muito processo, é difícil com que todo mundo seja escutado. A gente precisava conversar com representantes, filtrar as opiniões e, principalmente, fazer com que os alunos sejam ouvidos e que participem. Eu com certeza entraria de novo, saí para estudar mais, mas o movimento estudantil mudou na minha vida, criei pensamento crítico” aponta Gustavo.

Destaque no movimento estudantil

Um dos nomes que se destacou no movimento estudantil foi a atual deputada mais jovem da Assembleia Legislativa do Paraná, Ana Júlia Ribeiro (PT). Após uma passagem como suplente na Câmara dos Vereadores de Curitiba, ela assumiu o cargo de deputada estadual em janeiro, aos 22 anos de idade, com 51.845 votos.

Ana Júlia ganhou repercussão em 2016, quando tinha 16 anos, após uma fala na Alep sobre a legitimidade das ocupações em escolas e universidades públicas. Na época, estudantes de todo o Brasil ocuparam instituições de ensino contra a PEC do teto de gastos, o projeto Escola sem Partido e a medida provisória do Novo Ensino Médio. Seis anos depois, ela defende que o movimento estudantil tem a mesma força

“A gente precisa entender como os movimentos sociais se comportam e quando há necessidade de protagonismo. Há momentos de efervescer e momentos de existir, mas de estar mais calmo. Ele já existia antes de 2016, mas só para quem estava muito envolvido, não estava no noticiário o tempo todo. Em 2018, tivemos as eleições. Em 2019, mudanças na educação com cortes orçamentários. Historicamente, o movimento estudantil ganha notoriedade quando as pautas são estruturais. Ele ainda tem força, mas agora é um momento mais ameno.” afirma a deputada.

A parlamentar acredita que o Paraná tem demandas próprias e desafios a superar nos próximos anos. No entanto, para ela, é a reforma do Ensino Médio que deve trazer notoriedade aos estudantes.

“O ensino virtual no Paraná e a militarização das escolas são dois dos principais desafios dos estudantes no estado para os próximos tempos. Em breve eu acredito que o movimento vai ganhar mais repercussão e espaço por conta do Novo Ensino Médio. Há uma esperança, uma expectativa de revogar. Educação não é meramente decorar algo”, destaca Ana Júlia.

Novo Ensino Médio

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

O Novo Ensino Médio tem sido alvo de protestos na capital paranaense e em outras cidades do Brasil. O modelo educacional prevê que cada aluno escolha um chamado itinerário formativo e siga uma das áreas do conhecimento: Matemática, Ciências da Natureza, Linguagens e Ciências Humanas.

“Eu acho bastante simbólico e histórico que o primeiro movimento mais de massa e organizado do atual governo, que teve apoio dos estudantes durante as eleições, tenha um posicionamento bastante ferrenho sobre a reforma do ensino médio. Eles não querem esperar, até porque eles são jovens, daqui dois anos já acabaram o ensino médio.” afirma o doutor em Ciência Política e professor universitário, Eduardo Miranda

Na análise do professor, o movimento estudantil não está fragilizado, mas migrou para um novo ambiente: o das redes sociais. Para ele, o mundo virtual traz facilidade de formato unido à necessidade que os estudantes têm de serem ouvidos.

“Eu acredito que o movimento estudantil não está fraco. Hoje eles estão nas redes sociais. Antigamente a União Nacional dos Estudantes (UNE) estava em dois centros urbanos, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Você não vê um milhão de alunos na rua igual via na época da ditadura, mas você vê muito mais do que isso, são milhões conectados. Eu gostaria de frisar que isso é um avanço, o bom uso das redes não tira o poder de conteúdo. Os argumentos utilizados pelas lideranças dos estudantes são muito próximos do que ouvimos de um senador experiente”, complementa o especialista.

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