Como a Tribuna do Paraná apurou na última sexta-feira (11), os trabalhadores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana cogitam a possibilidade de greve devido a suspeita de que nenhuma empresa efetuará o pagamento do 13º salário na data prevista, ou seja, 30 de novembro, quando a lei determina ser o último prazo para o depósito da primeira parcela. No entanto, a paralisação não acontecerá esta semana.
De acordo com Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região (Sindimoc), a diretoria da instituição encaminhou nesta quarta-feira (15) um ofício para o Sindicato Patronal (Setransp) solicitando informações a respeito do pagamento. “Esse ofício deveria ter sido enviado na sexta, mas decidimos aguardar o feriado”, informa.
Agora ele explica que a categoria precisa aguardar a resposta para definir os próximos passos. “Se o Setransp afirmar que vai pagar na data prevista, aguardaremos. Se não, veremos quais empresas não efetuarão o pagamento e vamos abrir o indicativo de greve nas regiões afetadas. A previsão é que, nesse caso, a greve comece logo no dia 1º”, informa o presidente.
Em nota, o Sindicato Patronal informou que, há anos, existe um desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão, o que está levando o sistema modelo de transporte coletivo ao colapso.
“A projeção de passageiros estipulada para o cálculo da tarifa técnica não se verifica na prática. A Urbs estimou que 148 milhões de passageiros embarcariam nos ônibus de março a outubro, porém a realidade foi outra: 138 milhões. A perda com essa projeção equivocada supera os R$ 35 milhões”, explica.
Mesmo assim, o Setransp garante que está realizando um esforço permanente junto ao poder público para efetuar o pagamento da primeira parcela do 13º salário no próximo dia 30. “Portanto, não há qualquer definição sobre esse assunto”, pontua.
Mais uma greve
Enquanto isso, existe outra sinalização de greve vindo por aí, pois as centrais sindicais estão convocando motoristas e cobradores de todo o país para uma paralisação no dia 25 de novembro. De acordo com Anderson, essa greve teria o objetivo de defender os direitos dos trabalhadores, pois existem em Brasília projetos de lei que visam retirar 13º, FGTS e outras conquistas da classe. “Só que ainda não definimos se vamos aderir a essa greve. A decisão virá somente a partir da próxima segunda-feira (21), quando realizaremos uma assembleia com a categoria”, adianta.