Pelo menos até o quinto dia útil de fevereiro não haverá nova greve de ônibus em Curitiba. O compromisso foi assumido ontem pelo Sindicato dos motoristas e cobradores de Curitiba (Sindimoc), em reunião com o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setransp) e a Urbs, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Não houve acordo e a questão será resolvida na Justiça.
Antes da reunião, os trabalhadores chegaram a cogitar uma nova greve já nesta quinta-feira, sem precisarem de aprovação em assembleia ou de notificação mínima de 72 horas, conforme prevê a legislação, mas voltaram atrás. Eles têm indicativo de greve aprovado desde o fim do ano passado contra atrasos salariais.
Hoje é dia de pagamento do vale, que corresponde a 40% do salário de motoristas e cobradores, e o encontro terminou sem garantias reais de que o dinheiro entraria na conta dos funcionários. O sindicato patronal informou que as empresas estão com o caixa praticamente zerado, após quitarem dívidas com alguns credores. O valor do adiantamento salarial, considerando todas as empresas da capital, passa dos R$ 4,8 milhões. “Nosso objetivo prioritário é o pagamento dos funcionários. Queremos regularizar esta situação”, disse o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.
Também está sendo discutido o reajuste nos salários dos cerca de 15 mil trabalhadores da categoria, cuja data-base é 1º de fevereiro. A definição do reajuste impacta diretamente no valor da tarifa técnica e no valor pago pelos usuários do transporte. Multas que os sindicatos deveriam pagar, por descumprirem suas obrigações na última greve, foram desconsideradas.
Bloqueio
O Sindimoc anunciou que vai ingressar, ainda nesta quarta-feira (20), com uma ação judicial pedindo o sequestro da arrecadação e de bens das empresas de transporte coletivo que operam em Curitiba, como forma de garantir o pagamento de salários da categoria.