O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) suspendeu a paralisação que aconteceria nesta terça-feira (12) das 15h às 16h nos terminais do Pinheirinho, CIC, Sítio Cercado, Boqueirão, Carmo, Hauer, Capão Raso e Portão. Por meio de nota, o sindicato destacou que o motivo da suspensão foi a pressão das empresas.
“Como se não bastasse o ladrão, agora tem o patrão colocando a faca no pescoço dos trabalhadores”, lamenta Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc.
O cronograma apresentava uma série de paralisações de uma hora por dia em determinadas linhas de ônibus, mas, diante das ameaças de descontos nos salários e demissões, todas as ações foram canceladas, com exceção do grande ato do dia 20 de setembro, destacou o Sindimoc. O sindicato informou que nesse dia o protesto por segurança será feito às 15h, na Rui Barbosa, e deve interromper a circulação de ônibus em toda a Curitiba por mais tempo.
As paralisações começaram no dia 5 de setembro, e a intenção era pressionar as empresas responsáveis pelo transporte público na capital. A classe pede a instalação de câmeras de segurança dentro dos coletivos, criação da “Delegacia Especializada em Crimes no Transporte Coletivo” e retorno do Grupo Tático Velado da Guarda Municipal nos ônibus.
Por meio de uma nota, o Sindicato das Empresas do Transporte de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) destacou que a posição do Sindimoc é falsa.
Confira abaixo a posição das empresas:
Ao perceber que sua estratégia de paralisações abusivas e inconsequentes já estava colocando a população contra o seu movimento, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) busca agora uma saída honrosa dessa arapuca em que se meteu, representada por paralisações diárias, longo período e com consequentes prejuízos à população e ao comércio. A artimanha consiste em acusar as empresas de ônibus de ameaça de demissão. É um caminho tão óbvio quanto falso.
As empresas deixam claro, mais uma vez e até por também serem vítimas dos crimes, que são solidárias ao Sindimoc e a população de Curitiba e Região Metropolitana em relação aos episódios de violência ocorridos no transporte coletivo. No entanto, consideram que uma série de paralisações apenas prejudicaria ainda mais o passageiro, como de fato aconteceu, e por isso buscaram, pela via legal, a continuidade do serviço.
As operadoras esclarecem, ainda, que estão participando ativamente na busca de soluções para esse problema. Só nesta terça-feira (12) tiveram reuniões, junto com a Urbs, com três empresas interessadas em instalar câmeras nos ônibus, e informam que esse assunto está sendo avaliado junto com outras medidas, como, por exemplo, fazer com que o botão do pânico, presente nos ônibus e nas estações-tubo, dispare um alerta diretamente nos centros de controle da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
As empresas de ônibus também integram o Comitê de Segurança no Transporte Coletivo na tentativa de conter a violência, junto com todos os entes que formam o sistema, entre eles o próprio Sindimoc, com quem, aliás, já debate o assunto há anos. Por isso, surge a dúvida: se já está participando do comitê, que é o fórum apropriado para encontrar soluções, será que o Sindimoc optou por esse cronograma de paralisações por causa única e exclusivamente da falta de segurança? Ou também pode ter a ver com a perda do Fundo Assistencial? No fim, os protestos, em vez de apontar soluções, apenas mostraram o sindicalismo de greve que tomou conta do Sindimoc.