O motorista do micro-ônibus envolvido no acidente com um trem na madrugada desta terça-feira (20), no bairro Cajuru, em Curitiba, está internado no Hospital do Trabalhador (HT). Além do motorista, outras quatro pessoas seguiam internadas em hospitais na manhã desta terça, todas com ferimentos moderados.
O ônibus levava para casa 15 funcionários de uma empresa que fornece peças para a montadora da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana. A auxiliar de produção Sirlei Mendes dos Santos, 44 anos, perdeu a vida no próprio local do acidente.
Segundo informações da empresa de ônibus, o motorista não teria escutado o apito do trem. A batida foi tão forte que chegou a provocar uma morte. O cruzamento da linha férrea com a Rua Osiris del Corso é o ponto com mais acidentes de trem em Curitiba. Inclusive, esse não é o primeiro acidente de grande proporção: em 2018, outro acidente entre trem e ônibus deixou 25 feridos.
Das pessoas que estão hospitalizadas por causa do acidente de trem, três seguem no Hospital do Trabalhador, um no Hospital Evangélico Mackenzie e outra no Hospital Municipal de São José dos Pinhais, na região metropolitana. Nenhum caso é grave, mas todos necessitam de cuidados. Ainda no local do acidente, dois homens recusaram atendimento das ambulâncias, outra foi atendida pelo SAMU e liberada, um homem teve alta em São José dos Pinhais e outro foi liberado do Hospital do Trabalhador.
Não escutou o apito
Segundo informações da empresa de ônibus, o motorista relatou que não escutou o apito antes do acidente com o trem. O impacto ocorreu na Rua Osiris Dal Corso, no bairro Cajuru. Cinco viaturas do Siate, duas do Corpo de Bombeiros e diversas da Polícia Militar foram ao local prestar atendimento. Após a batida, o ônibus, que levava trabalhadores de uma montadora, foi jogado contra uma casa vizinha à linha de trem. A residência ficou bastante destruída, inclusive um carro que estava na garagem.
Juliane Venâncio Inácio, moradora da casa, disse que o momento do acidente foi de desespero. “A gente estava vendo TV no quarto dos fundos e meus filhos estavam no quarto da frente. Ouvimos um barulho muito forte e viemos para frente. Ouvimos um barulho muito forte que balançou a casa e viemos para fora. Só tinha poeira e o acidente. Foi um desespero”, relatou a moradora.
Polícia Civil ouve condutor da locomotiva
Um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias do acidente. O condutor da locomotiva prestou depoimento nesta manhã de terça-feira (20). “Segundo ele, o trem desenvolvia a velocidade aproximada de 42 km por hora. Ele teria visualizado o ônibus se aproximando, adotou todas as medidas pertinentes como acionamento da buzina e sinais luminosos bem como chegou ao acionar o freio. No entanto, em virtude do peso da locomotiva ele não conseguiu evitar a colisão”, explica Edgar Santana, delegado responsável pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).
A polícia agora tenta coletar imagens do sistema de monitoramento da região, que possa ter captado o momento do acidente. Os passageiros do ônibus estão sendo identificados para que também compareçam a delegacia para prestarem depoimento.