O começo da tarde desta segunda-feira (06) foi marcado por uma manifestação no Centro de Curitiba. Cerca de 100 motoboys se mobilizaram para pedir melhores condições de trabalho.
O principal pedido é o aumento das taxas por corrida. “Para quem trabalha com aplicativos, ter um valor mínimo por corrida e/ou uma taxa de deslocamento é importante. Hoje, um dos aplicativos de entrega repassa R$ 3,61 como valor mínimo para uma distância de 4 km, mas o trabalhador precisa percorrer, muitas vezes, de 4 a 8 km para fazer a coleta. O que passa de 10 km totais de percurso”, explica o motoboy Roberson Garcia.
Locais adequados para estacionar e pistas exclusivas são outras reivindicações. “Mais pontos de parada ou estacionar sobre a calçada sem ser multado, desde que não seja bloqueada a passagem de cadeirantes e pedestres, visto que a moto não vai ficar mais do que dois minutos ali”, detalha.
Diariamente, os motociclistas estão sujeitos a riscos de acidentes, além disso, a insegurança laboral e financeira também estão presentes no cotidiano desses profissionais. Um relatório da Fundacentro constata que a baixa remuneração dos entregadores repercute diretamente em vários aspectos da Saúde e Segurança no Trabalho (SST).
Extensas jornadas de trabalho, impossibilidade de possuir equipamentos de proteção adequados e trabalhar lesionado ou com membro quebrado e a falta de segurança alimentar estão entre os impactos apontados no estudo.
“Qualquer imprevisto, doença, acidente, é de única e total responsabilidade do motoboy. Mesmo ele estando a serviço de alguma empresa. Acredito que uma melhora nos valores cobrados ajudaria a diminuir o excesso de velocidade e os acidentes, porque com uma taxa maior, o trabalhador não precisa trabalhar mais de 12 horas por dia”, finaliza Roberson.
O que a lei diz sobre a profissão
Desde 2009, uma lei regulamenta a atividade e estabelece normas aos motoboys. Todos aqueles que usam uma motocicleta para o transporte remunerado de mercadorias e pessoas se enquadram na norma.
