O engenheiro civil Shido Ogura, 83 anos, considerado um dos melhores calculistas de Curitiba e um dos criadores da solução estrutural do Museu Oscar Niemeyer, faleceu neste domingo (14) em decorrência de câncer. Ogura também era uma figura respeitada por atuar há 33 anos como professor do curso de Engenharia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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Ogura participou de grandes projetos, como o trecho 7 do metrô de São Paulo, a cobertura do Clube Curitibano, o edifício da Telepar, blocos da Copel, a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o Estádio do Clube Athlético Paranaense, além de vários shoppings e edifícios.
Mas sua obra mais importante foi a solução estrutural que pôs em pé o vão livre do Museu Oscar Niemeyer, do então Palácio Castelo Branco, antigo Instituto de Educação do Paraná, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em 1967. O vão livre tem 65 metros, algo como o comprimento de um prédio de 30 andares.
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“Foi o maior vão livre daquele tempo no país, solucionado com uma viga protendida feita com cabos de aço enormes que foram importados da Suíça e que, posicionados e esticados, empurram toda a cobertura do prédio para cima, lutando contra uma carga natural que força toda a estrutura para baixo”, explicou Ogura em entrevista para a Gazeta do Povo em 2012.
Por conta da extensão, a viga também necessitava de uma solução para o trabalho natural de contração e dilatação. “Embaixo de cada pilar das extremidades desse vão foram instalados seis rolos de aço que se movem de acordo com o trabalho da estrutura, mantendo tudo em pé”, contou o engenheiro à época.
Ogura deixa a esposa Aldira e os filhos José Fernando Ogura, Paulo Augusto Ogura e Vanessa Ogura.