Quem visitou o Zoológico de Curitiba nos últimos dias, percebeu que a moradora mais ilustre do local não estava mais em seus melhores dias. Uma poliartrite (inflamação nas articulações), em decorrência da idade avançada, estava afetando a qualidade de vida da girafa Pandinha. Nesta segunda-feira (10), ela morreu.

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“É muito difícil dizer adeus a um animal que tivemos a honra de tomar conta por tanto tempo. Poder estar próximo de uma girafa mansa como a Pandinha foi uma experiência especial e preciosa, ela fará muita falta”, disse o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo.

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Pandinha fez exames de imagem detalhados na semana passada que confirmaram a inflamação em múltiplas articulações, sem perspectiva de cura. Com muita dor, dificuldade de andar e perda de apetite, ela vinha recebendo tratamentos que permitiam alguma qualidade de vida.

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“Mas houve uma piora aguda do quadro nos últimos dias, ela passou a apresentar crepitação (estalos), muita dor e dificuldades de se locomover, além de perda de peso acentuada”, explicou Evaristo.

Com quase 33 anos de vida, que seriam completados em maio de 2022, Pandinha viveu desde que nasceu Zoo de Curitiba, em 1989. Filha de Pacheco e Mandinha (de onde surgiu seu nome), era um dos animais preferidos dos visitantes, em especial, das crianças.

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Por isso, sempre esteve presente nas atividades de educação ambiental, interagia com o público e posava para fotos.

“Cuidar de animais é sempre um desafio. Podemos acompanhar e celebrar os nascimentos e a vida desde o início, mas também temos que lidar com o ciclo da vida e dizer tchau aos nossos amigos idosos quando chega a hora. Fazemos tudo o que podemos para lhes dar o melhor atendimento e companhia enquanto estão sob nossos cuidados, e isso nos traz conforto, mas mesmo assim nunca é fácil quando eles vão embora”, lamentou o diretor.

Vida longa

Pandinha era a girafa mais velha do Brasil e a quarta mais velha do mundo. A explicação para a longevidade, de acordo com a gerente-técnica do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, Vivien Midori Morikawa, estava no tratamento constante e multidisciplinar que ela recebia da equipe.

“Todos os animais do Zoo dispõem de abrigo, recebem alimentação de qualidade e balanceada, passam por cuidados médicos regulares, sejam eles preventivos ou tratamentos de saúde, e estão livres de predadores. Além disso, há maior enfoque na criação de habitats e ambientes sociais e interativos para que sejam mais felizes e menos estressados”, enumerou.

Na natureza, uma girafa vive cerca de 15 anos. As girafas mais velhas que a Pandinha, no mundo, ficam em Colombo (Sri Lanka) e em Fort Wayne e Tucson (Estados Unidos). Os dados são do studbook internacional da espécie, um livro de registro que contém informações genealógicas sobre os animais, que tem como responsável a pesquisadora Laurie Bingaman Lackey, da World Association of Zoos and Aquariums (WAZA) e da European Association of Zoos and Aquaria (EAZA).

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