O bairro Jardim Social, na região norte de Curitiba, está em luto. Morreu em decorrência de uma parada respiratória, na última segunda-feira (27), aos 83 anos, o Sr. Gabriel Alceu Zequinão, mais conhecido como Alceu ou Varanda, responsável pelo Armazém Zequinão.
A mercearia do Jardim Social sempre foi referência do comércio na região. Servindo seus clientes desde a década de 1950, Sr Alceu, adaptou o local com o passar do tempo, sem esquecer os bons modos do passado. Uma conversa ali, uma venda acolá de ovos ou até mesmo de gravetos demonstrava que a modernidade ali dava um tempo para descansar na precisa balança vermelha.
Com a chegada dos supermercados, a concorrência passou a ser mais disputada, mas Alceu lidava com tranquilidade. Nas prateleiras, produtos tradicionais do comércio de secos e molhados como uma linguicinha caseira ao lado de uma boa cachacinha. Para quem precisava de lenha, o Zequinão era a primeira e melhor opção.
O local tem tamanha identidade com o bairro que passou por uma reforma em 2017 com a ajuda dos vizinhos. Moradores decidiram se juntar para revitalizar toda a parte externa da mercearia. A reforma incluiu lavagem e nova pintura na fachada, conserto de portas e janelas, capinação das pedras em frente à construção e limpeza do poste e do orelhão. Seu Alceu acompanhou todos os dias a obra, pois morava aos fundos da mercearia.
Com a pandemia da Covid-19, o Armazém permaneceu fechado, mas Seu Alceu era visto nas ruas caminhando e conversando com os vizinhos.
Lamentação no bairro
Na página no Facebook “Amigos do Bairro Jardim Social”, centenas de pessoas lamentaram a morte do Seu Alceu. “Um grande amigo, era pai de muita criança que ele viu crescer ali no bairro. Pessoa de caráter e honestidade únicos. Descanse em paz, querido amigo”, escreveu um seguidor da página. “ Seu Varanda…meus sentimentos à família e com certeza sempre será lembrado pela esquina famosa da Fagundes Varela e sua eterna simpatia”, relatou outra seguidora da página.
Gabriel Alceu Zequinão foi sepultado na terça-feira (28) no Cemitério Municipal do Boqueirão.”Morreu parte da nossa infância. Que triste”, definiu outra cliente do Armazém Zequinão.