A Secretaria Municipal da Saúde informa que o Laboratório Central do Paraná (Lacen) identificou o vírus da raiva em um morcego removido de uma casa no bairro Cajuru nesta semana. Este é o quarto morcego contaminado com o vírus da raiva removido pela secretaria neste ano. Os outros haviam sido encontrados no Atuba, Alto da Glória e no Ahú e todos eram insetívoros (se alimentam de insetos).
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Em todos os casos, a Unidade de Vigilância de Zoonoses da secretaria traçou um raio a partir do ponto onde houve a remoção e fez visita “casa a casa” para esclarecer os moradores sobre os cuidados a serem tomados, caso encontrem morcegos. Estas medidas fazem parte do trabalho de rotina da unidade, quando há casos de morcegos contaminados com raiva.
As confirmações não representam ampliação do problema, embora os casos positivos de raiva em morcego neste ano sejam maiores que o registrado no último ano (quando houve dois casos). De acordo com o coordenador da Unidade de Vigilância em Zoonoses, Juliano Ribeiro, neste ano, houve uma intensificação no monitoramento, com mais remoções de morcegos e análises realizadas. “Com mais exames sendo realizados, a tendência natural é encontrar mais casos positivos”, explica.
Segundo Ribeiro, a grande maioria dos morcegos encontra-se saudável e tem papel biológico importante no controle de insetos e na disseminação de sementes. Desta forma, não se deve matar estes animais. O monitoramento deles é importante, porém, para entender a circulação do vírus da raiva em animais domésticos, como cão e gato.
Desde 2010, Curitiba não registra caso de raiva em felinos. Desde 1981 não registra caso de raiva canina. E, desde 1975, não há casos em humanos. “O monitoramento permite definir estratégias e ações com o intuito de evitar a transmissão do vírus rábico dos morcegos para cães e gatos, e principalmente para humanos”, explica Ribeiro.
Vacinação
Por isso, a secretaria tem reforçado o alerta aos veterinários de clínicas veterinárias em relação à importância da vacinação anual de cães e gatos, para que seja mantido um bloqueio sanitário. Os veterinários devem orientar os clientes a manter os animais de estimação vacinados anualmente contra a raiva. Mesmo animais idosos e que não tenham acesso às ruas devem ser vacinados, uma vez que os morcegos podem entrar nas casas. Além disso, cães e gatos têm hábitos de caça e podem entrar em contato com estes morcegos
A vacinação contra raiva de cães e gatos pode ser feita de forma gratuita na Unidade de Vigilância de Zoonoses de Curitiba, na Rua Lodovico Kaminski, 1.381, CIC – Caiuá, das 8h às 11h30 e das 13h às 16h30. Para humanos, não há indicação de vacinação prévia, a não ser para profissionais que trabalham na área e com manejo de animais. “Entretanto, caso ocorra agravo por mordedura animal em humanos é recomendado esquema vacinal pós-exposição”, diz Ribeiro.
Orientação
A secretaria também orienta à população para evitar contato com o morcego, esteja morto ou vivo. “Ao encontrá-lo, a indicação é isolar o local, fechando a porta do cômodo, por exemplo, ou prendendo o morcego com um balde, caso esteja no chão, evitando, assim, o contato com animais domésticos e pessoas”, orienta Ribeiro.
Em seguida, recomenda-se registrar a solicitação de remoção pelo telefone 156 e aguardar o contato de um técnico. “Indicamos que a pessoa não tente capturar o morcego e de forma alguma toque no animal”, diz Ribeiro.