Um dos bairros mais afastados é o Tatuquara. Além do crescimento desenfreado, da distância para o Centro, ônibus lotados e o trânsito da Linha Verde cada vez mais complicado, os moradores enfrentam problemas ainda maiores: a Unidade de Saúde 24h e o terminal urbano continuam no papel. Os terrenos destinados às duas construções estão abandonados, sujos e cheios de mato. Não há previsão para início das obras.

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Gerson Klaina
Trabalho sem segurança.

Entre as promessas da gestão anterior da prefeitura, a Rua da Cidadania é a única com obras em andamento, embora em estágio embrionário. O trabalho começou em julho. Segundo a prefeitura, a nova regional da Rua da Cidadania terá um núcleo da Guarda Municipal, escritórios das secretarias municipais e praça de integração para uso da população. O investimento passa de R$ 7 milhões. A reportagem flagrou operários trabalhando sem equipamento de segurança nas obras da construção da nova Rua da Cidadania, na Engenheiro João Kloss. Três rapazes estavam a mais de sete metros de altura sem proteção, correndo risco de morte. Assim que viram a equipe do Paraná Online, os funcionários desceram e não trabalharam mais. Também não quiseram comentar a situação.

Indignação

Quando os assuntos são saúde e transporte público, a indignação dos moradores é unânime. “A gente procura resposta e ninguém diz nada. Enquanto isso, os ônibus continuam cada vez mais lotados e as pessoas andando cerca de três quilômetros para pegar o transporte”, diz Célio Borba. Além do Tatuquara, as construções atenderiam a população do CIC Sul, Caximba e Campo de Santana. Célio lembra que as obras foram prometidas pelo ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). “Quando ele assumiu a prefeitura, falou que ia mover mundos e fundos para a nossa região, mas até agora apenas imaginamos um posto 24h aqui.”

Gerson Klaina
Triagem demora mais de 3 horas.
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Quem precisa de atendimento médico na região tem horário limite para ficar doente. Segundo os moradores, a Secretaria Municipal da Saúde fez duas promessas para a região: enquanto o bairro não recebesse o posto 24h, a Unidade Monteiro Lobato funcionaria até as 22h, o que não aconteceu; e, além disso, a unidade seria transformada em 24h em setembro. Funcionários confirmam: o local continua fechando às 18h. E a espera para triagem pode passar de três horas, como presenciou a reportagem do Paraná Online.

A promessa foi feita pelo próprio secretário da Saúde Adriano Massuda, em junho, durante reunião do Conselho Local de Saúde, na Unidade Monteiro Lobato. Segundo trabalhadores, o local não teve horário ampliado por falta de médicos. “Sabemos que a população do Tatuquara precisa de atenção, mas sem médicos não temos como dar atendimento. Se entra uma pessoa baleada em nossa unidade, não temos o que fazer, ela morre”, diz uma funcionária, que não quis se identificar por medo de represálias. Os servidores contam que o prazo para a unidade funcionar até as 22h foi adiado para outubro.

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