Além da promessa de melhorar o trânsito entre o Bacacheri e Bairro Alto, na região da Linha Verde Norte, a construção da nova trincheira entre as ruas Amazonas de Souza Azevedo e Fulvio José Alice traz também apreensão para os moradores de ruas vizinhas, que não veem as obras chegarem ao seu endereço. Quem vive na Rua Deputado Antônio Lopes Junior, por exemplo, teme que o fato de a via continuar esburacada indique que ela ficou para trás no pacote de revitalização.
Razões para essa suspeita não faltam. Praticamente todas as ruas ao redor foram revitalizadas, exceto o trecho de 150 metros entre as Amazonas de Souza Azevedo e a Gustavo Rattman. Segundo os moradores, a rua tem potencial para ser um importante caminho de ligação entre a nova trincheira e a outra já existente entre as ruas José Zogda e Gustavo Rattman, a uma quadra de distância.
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A proposta da prefeitura é fazer com que essas duas trincheiras formem um binário na região, mas os moradores da Deputado Antônio Lopes Junior acreditam que essa alteração vai aumentar o fluxo de veículos em um trecho que não foi recuperado. De acordo com quem vive ali, a rua ficou de fora desta etapa de renovação e deve continuar um bom tempo sem calçadas e asfalto novos.
“Nós somos hoje uma ilha de antipó cheia de buracos e com tráfego pesado no meio de um oceano cheio de asfalto”, define o contador João Elói Olenike, de 60 anos. Ele conta que os buracos na rua se acumulam dia após dia até porque o trecho é caminho de muitos veículos pesados que circulam pela região. “De dia, o fluxo não é tão alto, mas no horário de rushda noite, há muitos caminhões e ônibus de turismo que passam pela rua. Aqui perto tem muitas garagens e, ao invés de esses ônibus irem pela trincheira que já tem, mas que é preciso dar uma volta grande na BR, eles desviam por aqui”, relata.
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De acordo com o contador, um trecho da rua a partir do entrocamento com a Amazonas de Souza Azevedo chegou a receber asfalto novo, mas nada capaz de trazer melhorias. E ele ressalta que os buracos não afetam apenas a paisagem da rua Deputado Antônio Lopes Junior. Como as fendas são grandes, os veículos que passam por ali precisam diminuir a velocidade, o que gera lentidão em horários de picos. “Já tive que esperar até 15 minutos na rua para conseguir entrar em casa. É um caos”, afirma, acrescentando que a situação também abre brecha para acidentes no local. “Quando vem chuva forte, esses buracos enchem de água. Aí para não arriscarem, muitos carros andam na contramão — e, claro, isso pode provocar acidentes”.
O morador Paulo Romano, de 63 anos, reitera o movimento que tem se intensificado na rua e disse que já foram feitos pedidos de asfalto novo na prefeitura via Central 156, mas que os retornos ainda não chegaram da forma como a comunidade quer. “Eles vêm, passam uma massinha, mas não demora muito e todos os buracos voltam de novo. É movimento demais e os carros não podem passar com um pouco mais de velocidade”.
Prioridade
A Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP) disse que cerca de 250 metros da rua Deputado Antônio Lopes Júnior já teve o pavimento revitalizado, mas que os 150 metros restantes da via, entre as ruas Amazonas de Souza Azevedo e Gustavo Rattman, estão entre as prioridades da administração municipal para receber asfalto novo. Segundo a pasta, a obra deverá ser inserida já no orçamento para o próximo ano.
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