Só na promessa...

Moradores na bronca pela falta de asfalto no Tatuquara

Quando a próxima eleição chegar, não será fácil conseguir votos na Rua João Enéas Ramos de Sá, no Tatuquara. Há pouco mais de um ano, os moradores acreditaram na promessa de que a rua seria asfaltada, investiram na melhoria das calçadas, mas ficaram no prejuízo. Até hoje, eles enfrentam poeira e lama, enquanto o material comprado está jogado.

A via é uma das maiores e mais movimentadas da Vila Santa Rita. Com cerca de 1.200 metros de extensão, tem centenas de residências, estabelecimentos comerciais e faz parte do itinerário do ônibus alimentador Santa Rita/Cidade Industrial. Porém, acabou esquecida pela prefeitura. Enquanto todas as transversais receberam o asfalto, ela segue coberta apenas por saibro.

O cenário seria diferente se uma promessa feita no ano passado tivesse sido cumprida. “Um pouco antes da eleição, a prefeitura veio aqui e anunciou que faria o asfalto. Teríamos apenas que pagar o material para o meio-fio. Todos se mobilizaram, pagamos cerca de R$ 130 em cada casa, mas não foi feito nada. Ficou tudo largado aí”, conta Joel França, proprietário de um aviário no local.

Ivonaldo Alexandre
Joel: cada um pagou R$ 130 e ficou tudo largado.

Morador do bairro há 13 anos, o comerciante Laerce dos Santos, conhecido como Gil, juntou o dinheiro e comprou as guias laterais. “Todo o pessoal acreditou na promessa e pagou. Arrecadamos mais de R$ 6 mil. Eu mesmo busquei o material em Almirante Tamandaré. A obra até começou, mas depois da eleição largaram tudo”, afirma.

Revoltado, Gil mobilizou mais uma vez os moradores, dessa vez para um abaixo-assinado em protesto. “Todo mundo assinou, mas não adiantou nada. É sempre assim. Depois da eleição, quem perdeu vai embora e quem entrou diz que não foi ele que prometeu. Agora, dizem que pode sair no ano que vem. Enquanto isso, o que a gente comprou fica jogado aí”, reclama.

A espera pode continuar pelo menos até 2015. Apesar dos protestos da vizinhança, o asfaltamento da rua ainda não foi incluído na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014. Segundo a prefeitura, a obra foi uma promessa do ex-prefeito Luciano Ducci, mas sem previsão orçamentária para a execução. Para que ela vire realidade já no ano que vem, é necessário que uma emenda ao orçamento seja aprovada pela Câmara Municipal até dezembro.

Travessia perigosa

Ivonaldo Alexandre
Darci: medo de passar pela ponte.

Além da falta de pavimentação, quem mora na João Enéas Ramos de Sá se queixa do estado das pontes de madeira que passam sobre o riacho que corre entre as duas pistas da rua. Desde que elas substituíram as antigas pinguelas, há cerca de quatro anos, não foi feito nenhum tipo de manutenção. “Dá medo de passar por ali. Está tudo caindo”, diz o comerciante Darci do Amaral.

O mato alto e a falta de limpeza em volta do rio também deixam a comunidade preocupada. “É cheio de ratazanas, que se a gente descuidar, entram para dentro de casa. Uma vez, um rapaz que tinha tomados ‘umas’ caiu dentro da valeta e quase morreu de leptospirose”, afirma a moradora Edelzina Ferreira França.

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