Moradores do bairro Parolin fecharam a principal via do bairro, a Avenida Brigadeiro Franco, na noite desta segunda-feira (5). O protesto ocorreu devido às condições que bairro ficou após as chuvas de sábado (3), quando vários pontos do local ficaram inundados. Os moradores colocaram fogo em pneus, além de móveis e objetos atingidos pela água, em quatro diferentes pontos da avenida, entre as ruas Professor Porthos Velozo e João Parolin. Ainda na manhã desta terça-feira havia resquícios do protesto na avenida e a retirada acabou complicando o trânsito no local.
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Segundo os moradores, com o volume de água que caiu no final de semana, muitas casas ficaram quase totalmente embaixo d’água. Alguns relatam que a água chegou a subir até a altura do peito, cerca de 1,5 metro.
Para Gabriel Zacarias de Souza, morador da comunidade, a noite vivida no sábado foi a pior de sua vida, e o protesto serve para mostrar o descaso do poder público com os moradores da comunidade. “Foi o pior sentimento do mundo, ver a família em cima do sofá e sua casa inundando, sem você poder fazer nada. Cada vez que acontecer isso [enchente], vai ter protesto”, destacou.
Souza entende que muitos podem ‘torcer o nariz’ para as necessidades da comunidade, mas pede paciência para quem circula pela área, principalmente os motoristas, já que a situação que os moradores vivem é precária. “Sei que é chato, estressante para quem está no transito, mas eu tive a pior noite da minha vida. Peço que compreendam, porque protestamos por uma situação melhor para nossas vidas”.
Segundo Jacqueline Teodoro, também moradora do bairro, as enchentes não são novidade no bairro, que sofre com elas há tempos. Ela, que está com o pai, Durvalino Teodoro, se recuperando de um acidente vascular cerebral, precisou correr para não acabar vivendo uma tragédia familiar. Sem condições de locomoção, Teodoro precisou ficar esperando ajuda sobre a mesa, para não ser pego pela água, e foi carregado para um local seguro por vizinhos. “Com 76 anos, passar o que passou aqui, ter que sair carregado no colo. Não dá, me pleno século XXI, estar passando por isso”, desabafou emocionada.
O pai de Jacqueline cobra obras no local, para que a situação vivida pela família não volte a se repetir no futuro. “Se tivessem mexido no rio, a enchente não teria afetado tanto quanto afetou. Encheu tudo aqui, foi coisa séria, só faltou derrubar a casa”.
Agentes do 12º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela segurança na área, acompanham o protesto. Segundo informações da PM, alguns moradores mostram agressividade contra os policiais, mas nenhuma ação violenta foi registrada até o momento.
Colaboração de Marco Charneski.
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