Moradores do Caximba voltaram a protestar contra a possível instalação de uma nova planta no local que substituirá o aterro da Caximba, em Curitiba, que tem vida útil até julho de 2009. Eles se reuniram ontem na Câmara Municipal com vereadores e com o procurador de justiça Saint-Clair Honorato Santos, do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
“Não é justo, depois de 20 anos, continuarmos recebendo o lixo de toda a Região Metropolitana de Curitiba”, disse a moradora Sônia Driessen. Entre as reclamações dos moradores está a ocorrência de doenças respiratórias, renais e abortos espontâneos. “Sabemos que esses problemas acontecem no mundo inteiro, mas não na quantidade que aqui aparecem”, opinou o morador Jadir de Lima.
O procurador do MP ressaltou que o problema do lixo envolve consciência de todos para envio de menor quantidade ao aterro e criticou o Consórcio Intermunicipal que dará destino ao lixo da região de Curitiba.
“Cada município deveria fazer o seu plano de gerenciamento de resíduos sólidos. Se fosse feita toda a reciclagem possível, a compostagem e a reutilização de materiais, precisaríamos enterrar apenas 20% de todo o lixo recebido”, defende.
Durante a reunião, Leonardo Morelli, da organização não governamental Defensoria da Água, disse que grandes empresas geradoras estão misturando lixo industrial ao lixo orgânico depositado no Caximba, o que não é permitido.
O secretário municipal de Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, afirma que o município não foi convidado para a reunião e garante que a carga é verificada quando é feito o descarregamento no aterro. “Não temos conhecimento do depósito de lixo industrial e, se há provas, que elas sejam apresentadas para abrirmos um inquérito.”
A escolha do novo local para depósito e tratamento do lixo de Curitiba e região será feita entre uma área de Curitiba, Mandirituba ou Fazenda Rio Grande, e depende de decisão do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).