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Moradores de rua em Curitiba protestam por acesso à água e comida na pandemia

Moradores de rua fizeram um lanche em frente à Prefeitura de Curitiba na manhã desta terça-feira (11). Foto: Gerson Klaina / Tribuna.

Um protesto em frente à prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico, reuniu moradores de rua na manhã desta terça-feira (11). Um grupo do Movimento Nacional da População em Situação de Rua promoveu um café da manhã, almoço e atividades em frente a sede municipal para cobrar a prefeitura das ações de proteção da população de rua durante a pandemia do novo coronavírus.

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“Neste momento de pandemia, a prefeitura fechou os banheiros da Rui Barbosa, da Tiradentes, a população de rua poderia estar usando. Fechou torneiras da cidade e o restaurante popular. Os moradores de rua precisam de acesso à água potável, aos banheiros públicos, condições mínimas de higiene tão necessárias neste momento de pandemia”, desabafa Leonildo Monteiro Filho, coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua.

Além da falta de acesso à água potável, para manter condições de higiene, os moradores de rua também pedem alimentação adequada e acolhimento. “O cadastro único da prefeitura fala em 2.500 pessoas em situação de rua em Curitiba, mas a gente estima que há mais de cinco mil na cidade. A FAS oferece abrigo para 800 pessoas e muitos não vão para o acolhimento pela maneira com que são tratados por alguns profissionais, e também por falta de EPI nessas casas. Muitos estão pegando coronavírus dentro desses espaços”, salienta o coordenador do movimento. 

De acordo com Leonildo Monteiro Filho, já se sabe de pelo menos três mortes por coronavírus envolvendo funcionários da FAS dessas casas de acolhimento. “A gente também soube da morte do comandante da Guarda Municipal. A própria Justiça reconheceu que a gestão Greca não está garantindo EPI para a população de rua. Estamos pedindo coisas básicas para manter as pessoas vivas”, reforça Filho.

O que a FAS tem feito

A Fundação de Ação Social da prefeitura de Curitiba defende que tem feito uma série de ações para proteger a população de rua da cidade durante a pandemia do coronavírus. A FAS abriu quatro abrigos emergenciais para atender os moradores de rua nesse período de pandemia, um exclusivo para idosos e grupos de risco, outros dois para casos suspeitos (feminino e masculino), e para quem já teve diagnóstico positivo da doença.

Nos abrigos, a FAS frisou ainda que os dormitórios dos abrigos respeitam o distanciamento social e a orientação nesses locais é para que objetos de uso pessoal, como copos, pratos, talheres e roupas de cama, não sejam compartilhados.

A prefeitura ainda afirmou que distribui máscaras e álcool em gel e que todos os funcionários da FAS usam máscara. Houve o aumento de unidades 24 horas para fazer com que os moradores de rua não precisem ir para as ruas e os Centros POP, que atendia somente durante o dia, passaram a ter atendimento 24 horas.

Sobre a morte de funcionários, a FAS informou que apenas uma educadora social, que não atendida população de rua, faleceu em decorrência da infecção por coronavírus. Os outros dois funcionários que morreram de coronavírus eram aposentados.

Com relação a locais de higiene, a FAS informou que a população de rua tem acesso a banheiro e água potável em 55 locais da cidade, incluindo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Ainda podem contar com os serviços da Praça da Solidariedade, que fica no bairro Rebouças, onde foi montado um complexo de acolhimento, com acesso a banheiro, lavanderia e entrega de materiais de higiene.

Por fim, a FAS lembrou que os moradores ainda contam com o programa Mesa Solidária, que oferece três refeições diariamente no Restaurante Popular da regional Matriz e nos abrigos da Fundação Social.

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