A Rua Alcino Guanabara, no Hauer, em Curitiba, se tornou uma via de ligação do bairro, muito utilizada por motoristas que trafegam pela Linha Verde (BR-476). Com a região movimentada, a travessia de pedestres pela rua foi se tornando arriscada ao longo dos últimos anos, pelo maior movimento de carros e caminhões e limites de velocidade nem sempre respeitados. Um dos moradores diz já ter pedido a instalação de uma travessia elevada, em um dos trechos da rua, mas até agora nada foi feito pela prefeitura.

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“O fluxo de veículos aumentou muito ali”, reclama o arquiteto Ewerton Kundablio, 44 anos, morador da região. “Meus pais também moram quase em frente ao condomínio Vera Cruz. Tem panificadora, uma escola, dois condomínios grandes e um terceiro em construção. Tem muita gente ali e esse equipamento, no urbanismo, é utilizado justamente para reduzir velocidade, com um detalhe a mais que a simples lombada, devido sua extensão, o que impede o motorista de ‘voar’ na lombada”, explica.

O trecho da Alcino Guaranabara a que ele se refere fica na altura do número 2100. Em novembro de 2008, a prefeitura de Curitiba anunciou a reforma de 62 ruas e avenidas para encurtar caminhos entre bairros. Foi o caso da utilização da Rua Alcino Guanabara para ligar o Pinheirinho ao Capão da Imbuia.

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Após as mudanças, saindo da via rápida o motorista entra na Avenida Santa Bernadethe, atravessa a Linha Verde e entra na rua Alcino Guanabara, acessando, após a Marechal Floriano, a ligação Capão da Imbuia/Hauer, que faz a ligação direta entre os dois bairros. Antes o deslocamento vinha pela via rápida e ruas de acesso passando por Santa Quitéria, Água Verde, Rebouças, Prado Velho, Guabirotuba, Jardim das Américas e Cajuru, ou pela antiga rodovia.

Rua Alcino Guanabara, esquina com a Rua Professor José Nogueira dos Santos. Foto: Arquivo Pessoal.
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Segundo Kundablio, um protocolo pedindo a travessia elevada foi feito por ele em dezembro de 2020. “Mas a reclamação é mais antiga. Eu conversei com mais de quinze vizinhos e eles disseram que o condomínio Vera Cruz já havia protocolado um pedido semelhante. Mas caiu no esquecimento. O problema nunca foi solucionado”, conta.

Ele diz que há dificuldade dos pedestres em atravessar a rua para ir, por exemplo, da panificadora para os dois condomínios e vice-versa. Os automóveis que trafegam no trecho parecem atingir velocidades muito acima da permitida. “Pois é um trecho livre, rua larga e um asfalto bom. Põe em risco a vida de crianças, moradores, estudantes do colégio, pedestres e outros motoristas. O trecho ficou muito agressivo”, reclama.



Ainda conforme o arquiteto, a prefeitura de Curitiba tem dado respostas evasivas sobre o tema. “Ela não me deixa sem resposta, porém evasivas como ‘vamos ver’, ‘vou repassar para o setor’, ‘vamos repassar para outro setor’, me jogando e me cozinhando, tentando me vencer pelo cansaço. Quando eu não cutuco, eles descansam. Quando eu cutuco, eles dizem ‘vamos averiguar!'”, desabafa.

E aí, prefeitura?

Procurada, a Superintendência de Trânsito de Curitiba (Setran) informou que a Rua Alcino Guanabara é uma via arterial, de ligação entre bairros e de importante função viária. E que ela está sendo monitorada Setran com pesquisa de velocidade para avaliação de lombada física.

Já a implantação de travessia elevada, segundo a Setran, “não é possível por questões de classificação viária, largura de pista, geometria e viabilidade técnica. As travessias elevadas são implantadas em locais onde há pólos geradores de tráfego, como escola ou unidades de saúde, que apresentam travessia contínua e constante de pedestres, o que não é o caso deste local”, diz a nota do órgão.

A Setran ainda ressaltou que “toda a via tem boa visibilidade e está sinalizada com placas de velocidade de 40 km/h e placas de advertência de pedestres. Também está programado um reforço na sinalização horizontal, com a execução de legendas no pavimento”.

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