Cansado de ouvir sempre a mesma desculpa dos poderes públicos, um morador do Jardim Cruzeiro, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, resolveu cobrar a prefeitura de um jeito um pouco diferente. Ele espalhou várias ‘placas’ pela cidade, na esperança que os problemas recorrentes sejam finalmente resolvidos. Que problemas? As ruas esburacadas e falta de lombadas, por exemplo, além de outros já conhecidos pela população.

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Será que vai resolver?

Ton Rodrigues, como prefere ser identificado, tem uma página no Facebook e é por lá que ele recebe várias mensagens da população pedindo por ajuda. A ideia começou a ser colocada em prática no último sábado (7) e ele colocou os cartazes em quatro ruas. Em conversa com a Tribuna, Ton conta que analisa cada solicitação e verifica se realmente há necessidade. Segundo ele, a maioria dos pedidos se repetem e a resposta da prefeitura também.

“Sempre fiz o papel de fiscalização, sempre estou cobrando, mas um dia eu estava revoltado com as respostas sobre a falta de orçamento. A gente pede da forma correta e nunca tem retorno. Então, decidi fazer as placas para chamar a atenção das autoridades. Fazer algo diferente para ter uma reposta diferente”, comenta. A resposta ainda não veio.

As frases – sempre em tom de cobrança e alerta – chamam a atenção de quem passa pelos locais. Algumas das frases são essas:

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– “Sr. Prefeito, precisamos de ponto de ônibus aqui! Tem senhores (as) e crianças na chuva”;

– “Sr. Prefeito, você vai esperar alguém morrer para colocar lombada aqui?”.

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“Parece que estão esperando algo pior para tomar providências. Moradores já fizeram manifestação, já capotou carro há um mês, estou pressentindo que vai acontecer uma tragédia”, lamenta

A mesma desculpa

De acordo com o empresário, a sensação de abandono parece aumentar a cada dia e não obter uma solução para as reivindicações é uma falta de respeito com o cidadão. “Não tem dinheiro para fazer, não tem orçamento. A desculpa é padrão. O sentimento de falta consideração com o cidadão revolta. A gente procura, procura e não tem retorno. Parece que as coisas pioraram, as coisas estão mais difíceis, a sensação de abandono aumentou. Qualquer morador de São José dos Pinhais irá falar a mesma coisa”, relata.

Enquanto aguarda uma resposta da prefeitura, Ton Rodrigues diz que já mandou fazer mais 12 placas e continuará cobrando. “O que der pra fazer para melhorar a vida das pessoas, vamos fazer. Vou continuar espalhando placas pela cidade e cobrando até resolver”, completa.

Resposta

A reportagem da Tribuna procurou a Prefeitura de São José dos Pinhais em busca de explicações sobre os casos relatados por Ton. A resposta só chegou por volta das 17h deste quarta-feira (11). Segundo a assessoria de imprensa.

Confira a nota enviada para a Tribuna.

“O Departamento Municipal de Trânsito esclarece que para a implantação de ondulações transversais ou faixas elevadas para a travessia de pedestres é necessário o desenvolvimento de estudos técnicos para análise de viabilidade técnica, conforme previsto na Lei Federal 9.503/97, nas resoluções nºs 600/2016 e 738/2018, ambas do Conselho Nacional de Trânsito e que estabelecem os padrões e critérios para a instalação dos referidos dispositivos viários. Salientamos ainda que o DEMUTRAN obedece todos os protocolos estabelecidos nas legislações federais existentes sejam para o atendimento nas implantações ou não. No caso em pauta (Alameda Arpo, altura do loteamento Moradias Potiguara), devido a previsão de conclusão das obras da Trincheira com a implantação de alças de acessos, esta via ainda receberá obras de ajustes viários impossibilitando o atendimento solicitado, porém a mesma possui passeios adequados, pavimentação em bom estado de conservação e sinalização dentro dos padrões estabelecidos pelo CONTRAN, inclusive com tachões no eixo de divisão dos fluxos.

Já em relação a Ponto de ônibus o Departamento Municipal de Transportes esclarece que tem aproximadamente em seu cronograma de serviços mais de 100 (cem) pedidos de vereadores e munícipes que solicitam os serviços de instalação/manutenção e realocação de pontos de ônibus. Cabe salientar que as prioridades dos abrigos de ponto de parada de ônibus são para o embarque de passageiros, ou seja, para os usuários que aguardam a chegada dos ônibus, já o ponto localizado na Rua Alameda Arpo – Moradias Potiguara (foto vinculada na matéria), se trata de um ponto de desembarque de transporte coletivo e o ponto do lado oposto da referida via é contemplado com abrigo, pois trata-se de um ponto de embarque”.

*Colaboração de Rodrigo Cunha.

Ratinho Jr. evita falar sobre possível erro no cálculo do pedágio, apontado pela Agepar