Um morador de rua foi queimado embaixo da marquise na esquina das ruas Pedro Ivo e Desembargador Westphalen, Centro, no fim da noite de quinta-feira (05) e está entre a vida e a morte no hospital. Segundo testemunhas, a barbárie aconteceu por volta das 23h. O homem foi seguido por dois indivíduos, que o esperaram se acomodar para dormir, para derramar líquido inflamável e atear fogo com um isqueiro.
O mendigo começou a correr desesperado com o corpo em chamas. Um motorista parou e, com o extintor de incêndio do veículo, apagou o fogo. Gravemente ferido, principalmente na cabeça, a vítima foi levada pelo Samu ao Hospital Evangélico. De acordo com os médicos, teve 35% do corpo atingido, com queimaduras de segundo e terceiro grau.
Ainda de acordo com o hospital, apesar de apagar o fogo, o uso do extintor de incêndio piorou a situação do morador de rua, por causa das substâncias químicas. Até a noite de ontem, ele continuava na UTI entre a vida e a morte.
Investigação
Na manhã de ontem, uma mulher procurou os médicos e funcionários do hospital dizendo que ele poderia ser irmão dela. De acordo com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele foi identificado preliminarmente como Nilson Barbosa, 33 anos. “Temos imagens de câmeras de segurança e testemunho de algumas pessoas que viram a dupla derramando o líquido inflamável e ateando fogo na vítima. Não me pareceram moradores de rua, mas não pudemos identificar seus rostos”, disse a delegada Maritza Haisi, chefe da DHPP.
“Esperamos a vítima retomar a consciência para saber se conhecia os autores. Por enquanto não sabemos se foi vingança, represália ou um ato de violência gratuita. Todas estas linhas estão sendo investigadas”, comentou Maritza.
Segundo ela, no ano passado cinco moradores de rua foram assassinados em Curitiba e todos os crimes foram solucionados. “Na maioria das vezes são atacados por vizinhos ou donos de estabelecimentos, depois de praticarem crimes contra o patrimônio, ou em desavenças com outros mendigos, inflamadas por bebida e uso de drogas”, explicou a delegada.