Abandonado, a população temia que o módulo policial da Praça Maria Bergamin Andretta, que fica entre a Avenida Água Verde e a Rua Bento Viana, no bairro Água Verde, fosse destruído e exatamente foi isso que aconteceu. No final da manhã desta segunda-feira (9), o espaço, que deveria ser destinado à segurança dos moradores do bairro, foi completamente incendiado, o que tende a dificultar ainda mais a restauração.

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Segundo Paulo Roberto Goldbaum, diretor do Conselho de Segurança (Conseg) do bairro, o que aconteceu nesta segunda-feira já era esperado. “Nós, inclusive, avisamos a prefeitura que algo poderia acontecer, porque o espaço estava abandonado e tinha sido ocupado por usuários de drogas”.

O diretor do Conseg contou que, no começo do ano, teve uma audiência pública com o prefeito Rafael Greca (PMN), que se comprometeu em atender a uma ideia dos moradores. “Já que sabemos que a prefeitura não tem condição de manter o módulo, nós pedimos que o prefeito nos desse a posse daquele espaço para que melhorássemos a estrutura e colocássemos ali uma central de segurança que realmente funcionasse para o bairro”, explicou Paulo.

Depois dessa reunião, o prefeito gostou da ideia, conforme contou o diretor do Conseg. “E ele nos disse que poderíamos fazer o pedido através de um ofício, que seria concedido. Foi isso que fizemos e ainda estamos aguardando os trâmites comuns que seguem este tipo de pedido”, contou.

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A intenção do Conseg é tornar o espaço uma área para que a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal (GM) possam se basear quando necessário. “Mas também temos a ideia de transformá-lo num espaço para que seja colocada uma central de monitoramento, através de alguma empresa que se responsabilize por isso. Tudo para ajudarmos na questão da segurança, que sabemos que é complicada”.

Rotina perigosa

Como a Tribuna do Paraná já denunciou várias vezes, a região do Água Verde se tornou cada vez mais um bairro crítico quando o assunto é assalto. Principalmente nas proximidades do cemitério, o grande movimento chama atenção e, por isso, roubo de veículos tem se tornado cada vez mais comum.

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O diretor do Conseg contou que, na última sexta-feira (6), procurou a Secretaria de Defesa Social da prefeitura, para reclamar do problema mais uma vez. “Denunciamos a ausência da GM no cuidado do cemitério durante a noite, porque os guardas não estão mais lá nesse período. Além disso, também reclamamos da questão dos assaltos e de tudo o que os moradores têm sofrido”, contou Paulo Goldbaum.

A Defesa Social teria dito aos integrantes do Conseg que, ainda nesta semana, as motos vão voltar a circular pelo bairro e que vai ser tomada providência sobre a questão da segurança do cemitério no período da noite.

Algo precisa ser feito

O módulo que pegou fogo pertenceu, no passado, à Polícia Militar, que informou à Tribuna do Paraná que já não é mais a proprietária do espaço, ficando a prefeitura com a responsabilidade. O diretor do Conseg destacou que, embora o módulo tenha sido incendiado, ainda tem esperanças de tornar o espaço um ponto positivo para o bairro. “Os policiais e guardas têm nos ajudado, mas a gente sabe que não podem fazer tudo, que sofrem com inúmeras limitações, por isso nos unimos e queremos ajudar. Porque alguma coisa precisa ser feita”.

Patrulhamento

Em nota, a Guarda Municipal de Curitiba informou que tem desenvolvido um trabalho de policiamento de proximidade, a partir da identificação de áreas que mais necessitam de atividades que competem ao poder público municipal, em apoio a ações de segurança pública.

“Para isso, uma das utilizações mais eficazes é a do patrulhamento preventivo com rápido deslocamento, dependendo das situações e problemas pontuais, com o apoio de módulos móveis”, afirma o comunicado divulgado pela GM.

No entanto, um módulo fixo no local mencionado não está sendo cogitado atualmente pela Guarda Municipal, que ainda afirmou que irá intensificar rondas nos arredores.