Tudo igual, mesmo três meses após a reportagem mostrar as dificuldades de travessia de quem precisa se deslocar a pé da altura de um condomínio localizado na Rua Jovino do Rosário em direção à Avenida Paraná, no Boa Vista. Como de um lado do condomínio existe um terreno particular de esquina que não está delimitado, tampouco tem calçadas para pedestres, e do outro fica uma ciclovia que desemboca na Rua Alberto Potier, os pedestres possuem três opções inadequadas para exercer o direito de ir e vir.
A primeira é o terreno particular, que forma uma poça gigante em dias de chuva e, no ponto menos alagado, também causa desconforto. “É pisar no barro ou na água mesmo para chegar ao ponto de ônibus”, constata a empregada doméstica Sônia Maria da Silva, que trabalha há dois anos para uma família que se mudou para lá, logo após a entrega do imóvel. “Sempre que chove, volto com a roupa e os sapatos molhados e sujos”, lamenta.
A segunda alternativa é seguir pela ciclovia, que gera receio por conta da circulação de bandidos e usuários de drogas. A síndica do condomínio Garden Sevilha, Eneida Sevieri, 55 anos, conta que em dezembro um dos “frequentadores” foi preso em uma ação envolvendo vários policias. “Eu não tenho coragem de passar por lá nem de dia”, explica.
Como nenhuma providência foi tomada desde que os moradores denunciaram a situação para a Tribuna, em setembro, a síndica conta que o condomínio arcou com a contratação de um jardineiro para cortar a grama duas vezes desde então. “São R$ 650 por vez, porque eles não aparam o mato, o que torna tudo ainda mais perigoso para quem prefere esse caminho”, informa.
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| continua após a publicidade Atravessar terreno é uma aventura. |
A terceira e mais arriscada opção, que alguns pedestres recorrem mesmo podendo ser atropelados ou gerar acidentes, é seguir pela movimentada Rua Jovino do Rosário, até conseguir atravessar para a outra quadra. Segundo os moradores, por diversas vezes eles reclamaram no 156 sobre a situação e foram ignorados. “Meu genro não recebeu nem e-mail de resposta padrão da prefeitura”, afirma a síndica.
Duas multas
O núcleo da Secretaria Municipal do Urbanismo da Regional da Boa Vista informou que já havia notificado o proprietário do terreno na esquina das ruas Jovino do Rosário com Alberto Potier para que ele executasse o passeio em frente ao terreno e fizesse o muro em torno do mesmo. Como as melhorias não foram feitas, a prefeitura avisou que nos próximos dias ele será autuado com duas multas de R$ 645,00 (referente a não execução do muro e do passeio). Caso dentro de 15 dias após o recebimento das autuações as medidas não tiverem sido providenciadas, as multas serão duplicadas.
Rua Canadá
Outra reclamação incluída pelos moradores na matéria de setembro foi sobre a necessidade de instalação de semáforo na rua Canadá e, a exemplo do que ocorreu na rua Jovino do Rosário, isso ainda não aconteceu, mesmo com o compromisso de vistoriar os locais assumidos pelas secretarias municipais do Trânsito e de Urbanismo desde setembro. A Setran informou que está estudando a colocação de semáforo para a passagem de pedestres perto do Parque do Bacacheri para a canaleta próxima à ciclovia.