Por causa da pandemia?

Com menos gente nas praias, cai o número de ocorrências e afogamentos

Foto: Lucas Sarzi.

Não é novidade para ninguém que muita gente deixou de ir para a praia por causa da pandemia de coronavírus. Com isso, os 20 primeiros dias a operação Verão Consciente, no litoral do Paraná, registraram queda nas ocorrências policiais e no número de afogamentos.

O balanço, que foi apresentado nesta sexta-feira (8), mostra que na comparação com o ano passado a redução foi de 15,6% em casos de perturbação do sossego, ocorrência mais comum neste período do ano no litoral paranaense. Já com relação aos furtos, a diminuição foi ainda maior: 40,1%.

Na areia, ainda mais motivo para comemorar: o balanço da Secretaria da Segurança Pública indica que os 91 Postos de Guarda-Vidas do Corpo de Bombeiros registraram queda de 27% dos casos de afogamentos. O Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) fez 15 atendimentos a vítimas de acidentes e afogamentos e prestou 21 apoios ao Corpo de Bombeiros e em resgates aeromédicos.

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O comandante do 1º Comando Regional de Bombeiros (1º CRBM), coronel Marcelo Jankhe, celebrou a queda no número de afogamentos. “Tivemos uma avaliação muito positiva justamente pelo bom trabalho que os nossos guarda-vidas têm feito pela praia. Os resultados estão aí, com números cerca de 30% menores dos que tivemos nos primeiros 20 dias do verão passado”, afirmou.

Foto: Lucas Sarzi.

Crimes solucionados pela Polícia Civil

A Polícia Civil reforçou equipes e intensificou diligências e investigações para elucidar crimes. Segundo o delegado-geral, Silvio Rockembach, desde o início do verão até agora, a instituição está com 100% de elucidação de crimes no litoral. Também foram feitas, pela Polícia Científica, 173 exames, sendo que a maioria foi de substâncias químicas (52), seguidos por exames de lesão corporal (30) e de necrópsia.

“Fizemos um levantamento histórico dos anos anteriores com relação aos tipos de crime que tiveram maior ou menor impacto nos anos anteriores. Durante a etapa do planejamento escolhemos os policiais que tinham aquele perfil específico para o tipo de trabalho que vai encontrar no Litoral ou para o tipo de investigação que vai predominar durante temporada. Isso influenciou nos resultados obtidos até agora”, destacou.

Outro crime que a Polícia Civil combateu com intensidade foram os casos de estelionato. A análise do coordenador do Verão Consciente pela instituição, Gil Tesseroli, foi de que a maioria dos casos foram aplicados pela Internet e muitas pessoas acabaram descobrindo a farsa somente quando chegaram ao Litoral. “Os casos aumentaram porque as pessoas denunciaram mais”, disse.

Poucas pessoas têm usado máscaras na praia, embora essa seja a orientação. Foto: Lucas Sarzi.

Distanciamento e cuidados pela pandemia

Os serviços e atividades voltadas aos veranistas foram readequados para a temporada de verão, por conta das medidas de distanciamento social. Embora nem todos sigam as orientações – nas praias é fácil encontrar veranistas sem máscaras, por exemplo – todos os servidores têm atuado de maneira constante para deixar a população informada sobre as medidas sanitárias necessárias pelo momento.

O entretenimento dos veranistas, a cargo das equipes da Superintendência do Esporte, deu lugar a estas ações de conscientização e de alerta dos riscos e prevenção da covid-19. Mais de 102,5 mil abordagens educativas foram feitas e 22 mil abordagens em blitzes foram realizadas por 200 acadêmicos de Educação Física, Enfermagem e de Turismo nas praias paranaenses.

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Como a população do litoral aumentou, houve reforço de equipes assistenciais nas unidades de saúde nas praias. Segundo o diretor da 1ª Regional de Saúde, José Carlos de Abreu, com mais profissionais os atendimentos têm sido mais rápidos para a população. “Contratamos mais de 77 mil plantões, de técnicos de enfermagem, enfermeiros e profissionais médicos, então esse reforço para a rede assistencial dos municípios foi muito positivo”, ressaltou.

Também foram desencadeadas ações educativas em parceria com os municípios para o enfrentamento à Covid-19, dengue e outras doenças, assim como houve a aquisição de insumos, medicamentos e materiais para que os profissionais de saúde prestassem um melhor atendimento.

Movimento do ferry boat diminuiu. Foto: Lucas Sarzi.

Queda nos acidentes

Com a pandemia do coronavírus, o movimento nas rodovias estaduais foi menor. Com isso, houve queda nos acidentes de trânsito (-60%), no número de pessoas feridas (-43,8%) e de veículos removidos (-90,4%) no litoral. O tráfego pelo Ferry Boat também reduziu: de 111,1 mil veículos para 92,7 mil, segundo o DER.

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