As buscas por Bruna Ferreira, 11 anos, terminaram no início da tarde de terça-feira (15) quando o corpo da garota foi encontrado por um investigador do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) enterrado num matagal, no bairro Campininha, em Quatro Barras, perto da chácara dos tios, de onde desapareceu. Segundo a polícia, a vítima tinha hematoma na cabeça, provavelmente de uma coronhada, e estava nua, com indícios de violência sexual. O principal suspeito do crime é o primo dela, Moisés Alves, 20, usuário de crack e que estava bêbado quando a menina sumiu. Uma espingarda de pressão foi encontrada, quebrada, ao lado da cova rasa.

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Moisés atribuiu a autoria do crime a dois homens que teriam sequestrado Bruna. No entanto, ele foi a última pessoa vista em companhia da menina. Por volta das 14h, os dois nadavam na piscina da chácara alugada pelos pais de Moisés há cerca de dois meses, quando a família veio de Joinville (SC).

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Reprodução
Bruna estava na piscina.

O suspeito alega que foi carregar a espingarda e, quando voltou para a piscina, a prima tinha sido levada por dois sequestradores. Porém, o delegado Cássio André Dias Conceição, do Cope, acredita que Moisés tenha convidado a menina para ir até o matagal. Uma das hipóteses é que ele teria chamado a prima para ir caçar.

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A família passou a desconfiar de Moisés depois que ele chegou em casa, por volta das 18h, sujo de barro e com arranhões e mordidas pelo corpo e sem as bermudas, que ele dispensou no caminho. O rapaz afirma, porém, que se feriu ao lutar com os dois sequestradores. A mãe de Bruna foi à delegacia de Quatro Barras comunicar o desaparecimento da menina e Moisés ficou detido como suspeito. Segundo o delegado, ele havia consumido álcool com limão e possivelmente droga naquela tarde. “Ele é uma pessoa dissimulada. Não consegue nem chorar”, comentou o delegado sobre o depoimento do rapaz.

Dedo fica pra fora da terra

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As buscas por Bruna começaram ainda na noite de segunda-feira, por policiais civis e militares, com apoio de cães farejadores. Pela manhã, foram retomadas com a presença de Moisés, mas só no começo da tarde o corpo foi achado. Um investigador do Cope viu a ponta do dedo da menina saindo da terra.

Átila Alberti
Menina foi enterrada em cova rasa ao pé da árvore.

A tia dela, Gesiane Alves da Rosa, conta que os cachorros já estavam rondando ao pé da árvore onde ela foi enterrada, e coberta com lama e folhas. Embaixo do corpo, a perícia encontrou o biquini. Moisés foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para exames inclusive, toxicológicos, e depois foi encaminhado à carceragem do Cope, onde permanece detido.

A polícia acredita que não ele agiu sozinho e espera os resultados dos exames feitos em Moisés e na vítima para comprovar sua participação no crime e a causa da morte da menina. Também foi solicitada perícia na espingarda.

Festa

Gesiane e o irmão dela contam que Moisés é filho adotivo, é casado e a família sabia que ele usa crack. Bruna morava com os pais e os irmãos na mesma região e, no domingo, foi até a chácara dos tios para uma festa de aniversário e ficou por lá.

O tio de Bruna, que também participou das buscas e preferiu não se identificar, disse que passou três vezes ao lado da cova da sobrinha, mas não podia imaginar qu,e ela estaria enterrada ali. “Era uma menina muito querida. Amada por todo mundo. Tinha até ido na igreja no final de semana”, lamenta a tia.

Uma moradora da região estava revoltada e contou que Moisés costumava furtar objetos para comprar droga.

Allan Costa Pinto
Criança passou fim de semana na chácara dos tios.