Curitiba

Mau cheiro incomoda população que frequenta o Centro

Basta circular pelas ruas do Centro de Curitiba para ser surpreendido com um odor forte nos pontos “batizados” por quem não encontrou um banheiro disponível ou simplesmente decidiu fazer suas necessidades fisiológicas em lugar público.

Isso, somado aos bueiros que exalam um cheiro terrível, faz com que em determinados cruzamentos da cidade a população atravesse sempre com uma careta ou tapando o nariz.

O cruzamento das ruas Monsenhor Celso com XV de Novembro é um dos endereços conhecidos pelo fedor característico do Centro. “É nojento”, define a empresária Carla Bandeira. “E acredito que o morador de rua cuida mais do que os bêbados de plantão, que não têm a menor consideração pelo lugar”, avalia.

Os professores Ricardo Albuquerque Karam e Bruno Pizzolatto reconhecem que é bem desagradável conviver com esse odor, porém não culpam apenas a falta de educação alheia.

“Faltam banheiros públicos na Rua XV de Novembro e pelo Centro em geral”, aponta Karam. “‘E no fim do ano, com mais pessoas na rua, o problema se intensifica”, complementa Pizzolatto.

Outro ponto que integra a rota do mau cheiro é a Rua José Bonifácio. Lá os artesãos convivem com essa realidade de segunda a sábado, das 9h às 19h. A artesã Andréia Fochesatto conta que depois de 20 anos no local já se acostumou, mas o descaso impressiona.

“Às vezes estou dentro da barraca, em plena luz do dia, e começo a ouvir o barulho de alguém urinando no lado de fora da minha barraca, feito um cachorro no poste”, relata. O abuso é tamanho que os autores ainda se sentem ofendidos pela artesã sair da barraca e repreendê-los no ato.

Turma da limpeza

O gari José Antônio da Silva Bonfim tem a ingrata missão de percorrer outro local conhecido pelo cheiro de urina, a Rua Saldanha Marinho. “Nem dá para chamar a atenção, porque pode ficar visado e, como somos da limpeza pública, é proibido falar qualquer coisa para quem está desrespeitando o espaço que também público”, observa.

A zeladora Rosesmeri de Carvalho Slobada, que trabalha como diarista em uma loja do Centro, limpa duas vezes por semana o trecho um calçadão da XV de Novembro.

“Já acostumei porque é o meu ganha pão, mas não é só urina que retiro daqui”, sugere. Segundo ela, luvas, água sanitária, detergente e um bom esfregão são seus aliados na missão de limpar esse descaso.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta edição não havia dado retorno se existe ação para combater esse problema.

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