A vida sofrida de Maria Dirce Aparecida Sperandio, 39 anos, terminou ontem no sofá da casa onde morava, na Rua Dona Hermínia Lupion, Vista Alegre. Além de problemas com drogas e bebidas alcoólicas, a mulher constantemente apanhava do marido, o garçom Paulo Cezar Cordeiro da Motta, 32. Ele é suspeito de ter causado a morte Maria, de tanto agredi-la. Paulo foi conduzido à Delegacia de Homicídios, onde foi indiciado por homicídio pelo delegado Joel Bino de Oliveira. A causa da morte depende da necropsia.

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Quando a polícia chegou na casa, à tarde, encontrou a vítima morta, com marcas no corpo. “Havia hematomas principalmente no rosto, nas costas, na barriga e no pescoço”, contou o investigador Edson, da DH. O marido estava ao lado da vítima, afirmando que ela havia sofrido mal súbito. Porém, pelo que foi apurado pela perícia, Maria já estaria morta há cerca de oito horas.

PM

Paulo foi acusado pelos vizinhos de bater na mulher com frequência, inclusive na madrugada de ontem. “O pessoal comentou que ouviu gritos de socorro vindos da casa”, disse o soldado Emerson, do 12.º Batalhão da Polícia Militar. O policial lembrou ter atendido diversas ocorrências na residência, sempre com denúncia de agressões por parte do marido. “Ela já teve o braço e a perna quebrados”, acrescentou.

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Familiares de Maria, revoltados, afirmaram que ela já havia sido internada cerca de dez vezes em vários hospitais. “Tentei tirar minha filha da casa, mas ela nunca quis”, lamentou a mãe da vítima, Aurora Machado Sperandio. Maria tinha medo do marido. “Ela nunca representava queixa contra ele. Dizia que não podia denunciá-lo, porque vivia de favor na casa”, relatou o soldado Emerson.

Versão

Paulo foi levado à delegacia, para prestar esclarecimentos. Ele apresentou uma versão que não convenceu os policiais. Alegou que, por volta das 13h, Maria começou a passar mal e morreu no sofá. Sobre as brigas, ele negou que agredisse a mulher. “A gente só discutia”, defendeu-se.

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