Um viaduto no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba, que ficou um ano e quatro meses fechado por causa de problemas estruturais finalmente começa a passar por obra. Após muita reclamação de moradores e motoristas que precisam trafegar pela região, começou nesta semana o trabalho de reforço estrutural do viaduto que liga as ruas João Miqueletto e Eduardo Pinto da Rocha sobre a linha férrea, no Alto Boqueirão.
O fechamento do trânsito naquele viaduto fez aniversário e virou notícia aqui na Tribuna. Em março, quando completou um ano fechado, pintou uma novidade. A prefeitura informou que liberaria o tráfego para veículos leves. Agora, finalmente, as obras de reforço estrutural no local.
Segundo a prefeitura obra deverá ser concluída no segundo semestre deste ano e o objetivo é aumentar a vida útil do viaduto para permitir a passagem apenas de veículos leves.
O que será feito no viaduto?
Nesta primeira fase as equipes estão removendo a capa da parte superior da laje principal do pavimento com rompedores manuais para que esta dê lugar a uma nova camada. O projeto prevê também o reforço dos quatro pilares existentes nos dois blocos de apoio para garantir a estabilidade da estrutura. Também serão instalados semipórticos nas vias do entorno para viabilizar a futura liberação dos veículos.
Dois lances de barreiras de concreto tipo New Jersey (simples e dupla) serão implantados nas vias de acesso, nos dois sentidos, além de guard-rails (defensa metálica) sobre o viaduto a serem concretados com o reforço da base. A Setran elaborou projeto de sinalização básica do local.
Novo viaduto em desenvolvimento
Paralelamente às obras de reforço da atual estrutura, um projeto de um novo viaduto já está em desenvolvimento pela equipe do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Com a construção futura do novo viaduto com capacidade para o trânsito pesado, a estrutura atual em reforma será incorporada ao sistema viário como uma passarela de uso diverso para a comunidade
Estrutura sobrecarregada
O viaduto do Alto Boqueirão tem cerca de 50 anos e foi projetado para suportar um tráfego muito inferior ao que estava recebendo, o que contribuiu para colapsar a estrutura subdimensionada, por isso a necessidade de interdição da estrutura. Um levantamento apontou risco de queda por conta de anomalias causadas pela ação do tempo.
Para evitar o desabamento, no ano passado, foram contratados projetos e executadas obras de escoramento e de reforço da estrutura, com a implantação de vigas metálicas para escorar o viaduto. Duas estruturas com 25 toneladas de aço, entre perfis e cantoneiras, foram montadas sob cada um dos dois blocos de apoio dos pilares que dão sustentação ao viaduto.
As vigas implantadas reforçam os pilares existentes e garantem que a linha férrea que passa por baixo do viaduto, em área de domínio da Concessionária Rumo, continue a funcionar sem o perigo de paralisação do fluxo de cargas.