Após mais de sete anos, começou no início da tarde desta quinta-feira (12) o júri popular do processo sobre a morte do torcedor do Paraná Clube Diego Henrique Raab Goncieiro, então com 16 anos. O crime ocorreu no dia 1.° de julho de 2012, horas antes de começar a partida entre Coritiba e Sport Recife, no Couto Pereira. O jovem era integrante da torcida organizada Fúria Independente e foi baleado no rosto, em frente à sede da torcida, na Rua Doutor João Skalski, no Jardim Botânico. Ele estava com um grupo de jovens, que iria apoiar a torcida do Sport.
O julgamento começou às 13h30, no Tribunal do Júri, no Centro Cívico, depois de uma longa espera da família. Ao todo, o júri tem previsão para durar quatro dias. Até às 17h desta quinta-feira, a primeira testemunha ainda estava sendo ouvida. Os réus são Gilson da Silva Teles, Fabio Marques e Juliano Rodrigues. Fábio Marques, conhecido como “Barba Ruiva”, foi o autor dos disparos. Gilson da Silva Teles dirigia o carro utilizado e Juliano Rodrigues era o proprietário da arma.
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Durante júri desta quinta-feira, a mãe da vítima, Doroteia Raab, 49 anos, disse não ter conseguido encarar os autores da morte do filho. “Foi difícil, foi muito difícil, só vim mesmo porque senão iam achar que ele não tinha mãe. Meu coração tá muito apertado. Não tô lá dentro, para não ficar olhando a cara das pessoas que tiraram a vida do meu filho. Ele não vai voltar mais, mas lá de cima ele tá vendo, vendo a gente aqui embaixo. Tô tendo bastante força, não sei de onde tirei tanta força, desde o dia que eu soube o que aconteceu com ele. Só Deus e Nossa Senhora para darem força pra gente”, disse.
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Sobre a demora para o júri ocorrer, a Doroteia desabafou. “Faz sete anos né, sete anos que a gente está esperando, vamos ver agora. Só quero ver eles presos, atrás das grades. Não é justo tirarem a vida do meu filho, um menino que não fazia mal pra ninguém, que ia fazer 17 anos no dia 15 de julho. Ele tinha tudo pela frente, um piá que respeitava todo mundo, não era mal educado e todo mundo gostava dele”.
No dia do crime, em 2012, a mãe contou que estava almoçando e sentiu um calafrio. “Falei pra minha filha: ‘Você está com frio? Ela disse, ‘não tô mãe’. Logo depois o telefone tocou e ela atendeu. Eram os policiais, eles ligaram e pediram para falar com o pai do Diego. Ele atendeu e disseram para ele ir no hospital, que o Diego estava lá. Meu marido soube que o Diego tinha falecido dentro do carro, quando estava indo para o hospital. Foi difícil de ver o menino ali do nosso lado, e dali pouco minutos, receber a notícia de que ele tinha falecido”, relatou ela, que além da filha, de 21 anos, tem também outro filho, de 26 anos.
O caso
No dia do crime, Diego e outros integrantes da Fúria Independente, organizada do Paraná, participavam de um churrasco na frente da sede da torcida, próximo à Vila Capanema. Integrantes da torcida Os Fanáticos, do Atlético, chegaram em dois carros numa das esquinas próximas e efetuaram vários disparos. Um deles acertou Diego, que morreu a caminho do hospital.
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O crime teria sido motivado por um acerto de contas, já que dias antes uma outra confusão, envolvendo torcedores do Sport e paranistas. Há duas facções dentro da torcida do Sport, uma parceira do Paraná, outra do Atlético. Os rivais teriam entrado em conflito duas vezes, em Recife e Curitiba. O ataque dos atleticanos, que tomaram as dores dos parceiros, foi o desfecho da história.
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