A mãe filmada simulando o abandono da filha em uma rua de Curitiba, num vídeo que circulou pelas redes sociais no começo de fevereiro, retomou a guarda da menina. A informação é dos advogados de defesa da mãe. A mulher e a filha tinham sido afastadas por medida protetiva impetrada pela Justiça em março, após um inquérito por abandono de incapaz e maus-tratos ter sido aberto, em 2 de fevereiro, pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) da Polícia Civil. Desde então, a mãe tentava recuperar o direito de tomar conta da menina.
Os advogados de defesa, Igor José Ogar e Dyogo Cardoso, emitiram nota sobre o caso e disseram, por meio de mensagem de texto, que a mãe recebeu a notícia da retomada da guarda da filha com “sentido de justiça feita”. As duas já estão juntas.
A nota da defesa destaca que “neste mês de abril o judiciário paranaense, em respeitável decisão, acolheu o pronunciamento dos advogados para revogar a medida protetiva de afastamento da mãe de sua filha. A decisão se pautou em elementos do processo e demais circunstâncias de fato que sempre foram afirmadas com veemência pela defesa. A decisão proferida não só restabelece a tranquilidade familiar como também atende o melhor interesse da menor, tão defendido pelos advogados”.
Ainda segundo a defesa, a decisão é definitiva. No entanto, mesmo garantindo a guarda da criança, a mãe ainda segue respondendo o processo por tortura-castigo e ameaça, além de intimidação de testemunha.
Procurados, o Ministério Público do Paraná e o Tribunal de Justiça do Paraná afirmaram que não poderiam repassar informações sobre o caso, que corre em segredo de Justiça.
Relembre o caso
O caso aconteceu em fevereiro, quando um vídeo da mãe deixando a criança para trás, mesmo com os gritos da menina, viralizou nas redes sociais. Desde então, a mulher responde por tortura-castigo e ameaça, além de intimidação de testemunha, conforme a Polícia Civil. A situação foi filmada na esquina das ruas Visconde do Serro Frio com Olga de Araújo Espíndola, no bairro Novo Mundo. As imagens mostram a menina gritando e tentando entrar no carro, pedindo para não ficar na rua. Mesmo assim, o carro arranca e simula que iria embora.
O delegado José Barreto, do Nucria, que comandou a investigação, diz que pelo menos cinco pessoas foram ouvidas para que fossem tomadas as conclusões do inquérito. Segundo a investigação, a mãe queria dar um castigo à filha, mas em nenhum momento iria abandonar a criança. Três testemunhas foram ouvidas e pelo menos duas teriam presenciado a situação. No final de março, a Justiça do Paraná determinou que mãe e filha fossem afastadas, mas agora a medida foi revogada.