Com a reabertura dos shoppings centers de Curitiba, lojistas têm manifestado preocupação com o preço da ocupação dos espaços a partir do retorno das atividades. Embora favoráveis à volta dos trabalhos, lojistas lembram que a retomada das vendas deverá ser gradual e, por isso, defendem que os valores dos aluguéis e dos condomínios cobrados pelos donos dos shoppings estejam atrelados ao retorno dos clientes.
Nesta sexta-feira (22), uma carta com algumas propostas de valores foi entregue aos shoppings da cidade. O documento é assinado por cinco entidades associativas ligadas a lojistas e a colaboradores dos shoppings, incluindo o braço paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Os shoppings no Paraná fecharam as portas no final de março, como uma medida de enfrentamento à pandemia do coronavírus. Na época, o estímulo ao fechamento foi dado por força de decretos assinados pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). Apesar disso, por iniciativa de decretos assinados por prefeitos de municípios, alguns shoppings no estado já reabriram aos consumidores. No caso de Curitiba, isso não aconteceu. Nesta sexta-feira (22), contudo, uma instrução normativa da Secretaria de Estado da Saúde, indicando regras para funcionamento de shoppings, deu respaldo para a reabertura deles também na capital. A maioria ensaia o retorno para segunda-feira (25).
Com o fechamento das lojas no final de março, cada shopping passou a negociar novos valores de aluguéis e condomínios com seus lojistas. Na carta, as entidades se colocam solidárias às dificuldades dos empreendedores dos shoppings e reconhecem iniciativas já tomadas para amenizar os custos dos lojistas no período de portas fechadas, mas argumentam que pequenos lojistas não têm condições de sobrevivência “caso não haja uma adequação do custo de ocupação junto aos shoppings, tendo o aluguel por si só uma representação às vezes superiores a 15%, a 20%, do faturamento antes da pandemia”.
Entre as propostas apresentadas pelos lojistas na carta está a que estabelece que “o valor total mensal do boleto devido, incluindo a locação, fundo de promoção e condomínio, não seja superior a 10% do faturamento da loja, proporcionalmente para os três meses após a reabertura dos shoppings”.
Além da Abrasel, assinam o documento o Sindilojas de Curitiba e Região Metropolitana, o Sindicato dos lojistas do comércio estabelecidos em shopping centers de Curitiba (Sindishopping), o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, Meios de Hospedagem e Gastronomia de Curitiba e Região (Sindehoteis), e o Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindabrabar).
“Momento exige colaboração mútua”, diz Abrasce
Procurada pela Gazeta do Povo, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) enviou uma nota, na qual informa que “as negociações entre lojistas e empreendimentos estão acontecendo caso a caso, sempre respeitando as particularidades de cada local e mantendo o uso de boas práticas”.
“Os esforços dos shoppings centers estão indo além e já garantiram R$ 2,5 bilhões em economia para os lojistas, através de medidas como suspensão de aluguéis, isenção de fundo de promoção e redução de custo condominial. A Abrasce tem atuado junto aos três poderes, apresentando propostas sérias e responsáveis do setor de shoppings para enfrentar esse período desafiador para todos de forma serena e organizada. O momento exige um diálogo permanente entre todos, visando uma colaboração mútua”, continua a nota.
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