A conclusão foi unânime: o lockdown ajudou a reduzir o índice de replicação do coronavírus em Curitiba. Mesmo com casos ativos ainda altos e lotação dos leitos de UTI nos hospitais da cidade, a secretária da saúde Marcia Huçulak, o diretor do Centro de Epidemiologia de Curitiba, Alcides Oliveira, e o epidemiologista da secretaria, Diego Spinoza dos Santos, concordaram que as medidas restritivas da bandeira vermelha colaboraram para a desaceleração da doença.
Mesmo em queda, a transmissão da doença segue alta. No dia 18 de março, o índice de reprodução da doença (Rt) chegou a 2,65 – que significa que 100 pessoas chegaram a contaminar 265 – atualmente esse mesmo índice está em torno de 0,95, o que indica uma desaceleração da pandemia. Isso equivale a 100 contaminados que chegaram a transmitir a doença para mais 95 pessoas.
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“Muita gente diz que o lockdown não funciona, mas tivemos uma redução da replicação sim em Curitiba. Estamos numa situação de colapso, com o sistema muito tensionado, mas estamos conseguindo atender a demanda mesmo com muitos casos”, revelou a secretária Marcia Huçulak durante coletiva sobre a prorrogação da bandeira vermelha nesta sexta-feira (26).
Para o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Alcides Oliveira, houve uma mudança muito importante na transmissão da covid-19 nos últimos dias, consequência da nova cepa . “Hoje temos uma faixa de idade de 30 a 50 anos internada em todos os hospitais, fazendo com que os leitos fiquem ocupados por mais tempo. O serviço da saúde sofre esse impacto”, revelou.
Para Alcides Oliveira, a melhor medida para conter a doença tem sido o lockdown, que já trouxe melhor resultado em outros momentos. “Esperamos que traga mais resultados nas próximas semanas. Nossos indicadores já apontam pra isso. Por isso precisamos da ajuda de todos para a manutenção das medidas”, revelou.