A Linha Verde é o sexto eixo de transporte e de integração viária de Curitiba, ligando a cidade do Sul ao Norte, desde o Pinheirinho ao Atuba. São 22 km de extensão de uma via urbana que entrou em obras em 2007, ao longo da BR 476, que, segundo a prefeitura da capital, mexe com 22 bairros onde vivem perto de 300 mil pessoas. O trecho atual em obras é o chamado de Lote 4.1 Norte, que vai das estações-tubo Estação Solar a Estação Atuba, numa distância de 2,84 km que termina no trevo com a Rodovia Régis Bittencourt.
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Volta e meia, o assunto em pauta é a demora de mais de 15 anos para o término das obras da Linha Verde. Empreiteiras que não cumprem contratos, novas licitações que quase nenhuma empresa se interessa, discussões sobre erros de projeto e processos na justiça ajudam a explicar o porquê de tanta demora. Nesse período, quatro prefeitos tocaram sem concluir a construção da principal ligação entre as regiões Norte e Sul da capital: Beto Richa (PSDB), Luciano Ducci (PSB), Gustavo Fruet (PDT) e Rafael Greca (DEM).
Em julho deste ano, por exemplo, a Tribuna noticiou que a nova licitação do lote 4.1 teve apenas um consórcio participante. E, deste consórcio, faz parte uma das empresas anteriormente responsável pela obra, que teve o contrato rompido pela Prefeitura de Curitiba em dezembro de 2021, por não ter conseguido realizar a obra dentro do prazo: a TCE Engenharia (Triunfo Comércio e Engenharia). A situação foi alvo de um pedido de informações da vereadora Indiara Barbosa (Novo). Recentemente a mesma empresa que abandonou as obras vai retomar os serviços, mas em uma nova licitação, a terceira, com valor de R$ 124,7 milhões, quase o dobro do valor que a TCE Engenharia receberia se tivesse concluído a obra no final do ano passado.
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Grana da Linha Verde vem de onde?
A obra da Linha Verde conta com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), como parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana. A prefeitura explica que o contrato com a empresa Terpasul, executora da obra, foi rescindido em agosto de 2019, em razão de atrasos e não cumprimento de prazos.
Ainda conforme a prefeitura, a obra foi reiniciada em dezembro de 2019, executada pelo consórcio Estação Solar, formado à época pela TCE Engenharia Ltda. e a Construtora Triunfo S.A., segundo colocado no processo licitatório realizado para eleger a empresa que executaria a obra. O prazo para término dos serviços era de 720 dias, porém, menos de 20% dos serviços foram executados e após mais de 95 notificações e ou intimações ao consórcio, entre elas em decorrência de atrasos, o contrato foi rescindido em dezembro de 2021.
Além da burocracia das obras, transtornos diversos ocasionados pelas obras intermináveis também são notícia. Em junho, chuvas fortes alagaram um trecho da pista sentido Sul (Pinheirinho), bem ao lado de uma loja de materiais de construção. A água dificultou o trajeto e colocou em risco a passagem de carros, motos e ônibus. O incômodo foi bem no local está sendo construído um conjunto de viaduto e trincheira, para fazer a ligação da Linha Verde com a Estrada da Ribeira e ligação com a Avenida Mascarenhas de Moraes. E esse foi apenas um dia a mais de transtorno no trânsito para os motoristas de Curitiba e região que passam por ali.