Depois que os moradores de Araucária solicitaram a volta da linha de ônibus Tupi-Pinheirinho, que há 27
anos atendia os bairros Campina da Barra e Costeira, a Prefeitura decidiu custear outra linha a partir da próxima segunda-feira: a Angélica-Pinheirinho. A opção sairá do terminal da cidade às 5h30. A promessa é de ônibus de 10 em 10 minutos nos horários de pico. No entanto, está muito longe de atender ao pedido da população, que precisa de um transporte rápido saindo do bairro.

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De acordo com Hilquias da Silva, 32 anos, quase 4 mil pessoas precisam do serviço diariamente porque trabalham em diversos pontos atendidos pela rota anterior. “A linha que nós usamos a vida inteira saía daqui e passava pela BR-116, ajudando quem trabalha naquela região e em Fazenda Rio Grande. Agora, querem que a gente vá até o terminal de Araucária pra depois ir direto até o Pinheirinho e ter que pegar outro ônibus pra voltar até a rodovia. As pessoas estão levando quase duas horas para fazer um trajeto que antes durava 20 minutos. Isso é inaceitável e um desrespeito”, afirmou o morador, conhecido no
bairro como Ilke.

Assim como ele, a operadora de telemarketing Dayane Bohrer, 33, também está indignada e tem se reunido com a comunidade para se manifestar a respeito. “Temos um movimento coletivo que quer apenas os nossos direitos”. Por isso, o grupo realizou um protesto no terminal central do município na tarde de quarta-feira e aguardou das 17h às 19h30 para conversar com representantes da Companhia
Municipal de Transporte Coletivo de Araucária (CMTC).

“Foi um movimento pacífico para mostrar aos moradores dos outros bairros da cidade o que está acontecendo conosco. Distribuímos panfletos informativos e seguramos apenas alguns ônibus que iam para nossa região porque não queremos prejudicar ninguém. Inclusive, o presidente da CMTC veio falar
conosco, mas está tentando nos impor uma linha que não irá resolver a situação”, lamentou.

Segundo ela, os moradores precisam de uma linha com o mesmo itinerário que existia antes e, enquanto isso não for devolvido à população, as manifestações vão continuar. “Vamos fazer uma nova reunião com a população e definir nossos próximos passos, mas não vamos desistir. Eles tiraram a linha de nós sem nos avisar e queremos ela de volta”.

Foto: Colaboração.

“Única solução”, diz prefeitura

Segundo a Prefeitura de Araucária, a linha de transporte coletivo Tupi-Pinheirinho, operada pela empresa Transtupi, esteve sob responsabilidade da CMTC até dia 20 de janeiro, quando a Coordenação da Região
Metropolitana de Curitiba (Comec) passou a gerenciá-la. Isso aconteceu devido à linha sem intermunicipal e também apresentar irregularidades, já que não havia licitação para a operação.

Diante disso, a Prefeitura afirma que a única solução encontrada é custear a nova linha direta entre o terminal Vila Angélica e o Pinheirinho. Além disso, promete abrir outra linha municipal (Hortênsia-Angélica), que facilitará o acesso dos moradores da região do Tupi até o terminal.

Alternativa

Uma solução diferente precisaria ser apresentada pela Comec. No entanto, a resposta da instituição não foi animadora, pois, segundo ela, a linha gera elevado custo e está fora dos padrões adotados para o sistema metropolitano. Além disso, há necessidade de observar os contratos de concessão local para o serviço e também alterar o sistema de bilhetagem, pois a gestão da Comec utiliza um sistema diferente do adotado pelas linhas gerenciadas pelo município.

Diante disso, a solução apresentada é a mesma do município, que abre uma nova ligação metropolitana direta do Terminal Angélica (Araucária) para o Terminal Pinheirinho (Curitiba).

Vídeo

População faz protesto em frente ao Terminal de Araucária, veja:

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