Do jeito certo!

Lavar ou não as embalagens de leite, potes e garrafas? Veja como tratar e separar o lixo reciclável

Lixo é separado em centrais de reciclagem de Curitiba. Foto: Atila Alberti/Tribuna do Paraná.

Quem tem o hábito de lavar a louça, um dia na vida deve ter se perguntado se é ecologicamente correto usar a água para lavar itens como caixas de leite, potes de iogurte, garrafas ou até aquela marmita. A resposta é não, e o importante é separar adequadamente o lixo reciclável do orgânico. Além disto, em tempos de rodízio no abastecimento de água e maior estiagem da história do Paraná, o desperdício não é uma medida adequada, ou seja, use o bom senso.

O questionamento de lavar as embalagens vêm dos tempos da vovó. A lavagem ajuda a não deixar odores e restos de material que possam chamar a atenção de insetos ou outros animais atraídos pela decomposição. Além disto, o lixo vai ser manuseado por uma pessoa e aí entra a questão de respeito ao próximo, que precisa ser pensando. Mas apesar destes ricos ensinamentos das pessoas mais “experientes”, a modernidade chegou e até o lixo passou por alteração no processo de descarte.

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Com a maior preocupação ao meio ambiente somada à possibilidade de conseguir uma renda, associações de reciclagem foram criadas ao longo dos anos até para auxiliar as prefeituras a aliviar os aterros sanitários, que estão sobrecarregados. Em Curitiba, existem parcerias e programas que auxiliam famílias a aumentar a receita mensal e até trocam lixo reciclável por alimentos. O projeto chama Câmbio Verde que a cada quatro quilos de lixo reciclável (papel, papelão, vidro, sucata ferrosa e não ferrosa) valem um quilo de frutas e verduras, por exemplo.

Separar é fundamental

Marta de Queiroz, 49 anos, é presidente da Associação Recicla Mais Curitiba, parceira da prefeitura de Curitiba. Com a experiência de 35 anos na reciclagem, já ouviu várias histórias relacionadas ao lixo e a lavagem das embalagens é aquela que causa polêmica. Questionada pela reportagem da Tribuna do Paraná, Marta não demorou em responder que não há a necessidade de desperdiçar água da torneira para lavar as embalagens.

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“Não é preciso lavar, e sim separar o reciclável do orgânico, pois se misturar vira um problema. A minha dica é usar um guardanapo para limpar o excesso de comida que ficou na embalagem. Quanto ao líquido, descarte dentro da pia ou do vaso. Importante reforçar é a separação e o uso de sacos ao colocar o lixo. São cuidados simples que ajudam demais a gente,” disse a presidente da associação.

Marta de Queiroz, presidente da Associação Recicla Mais Curitiba. Foto: Atila Alberti/Tribuna do Paraná.

“Pessoas não têm água na torneira”

Naturalmente algumas embalagens podem ser molhadas até para evitar o mau odor. O principal exemplo são aquelas bandejinhas de supermercados que ficam as carnes. A dica é usar um “fio” de água ou mesmo reaproveitar a água que tanto está faltando nas casas devido à maior estiagem da história do Paraná. Aliás, Marta de Queiroz comenta que seria contraditório pedir para a população lavar as embalagens com o rodízio realizado pela Sanepar, empresa paranaense responsável pelo abastecimento de água no Paraná.

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“Com a falta de água, não podemos pedir para as pessoas lavarem as embalagens. Tem gente que não tem nem para beber ou tomar banho e vamos pedir para usar na embalagem?. Não teria cabimento e muitos estão com as torneiras secas. Não é preciso lavar, tire o excesso”, desabafou a representante do Recicla Mais Curitiba.

Dicas para o melhor descarte

  • A forma mais simples de fazer a reciclagem de lixo doméstico consiste em separar seus resíduos em duas categorias: recicláveis e não recicláveis. O lixo reciclável engloba todos os materiais que podem ser reciclados para voltar ao consumidor de alguma forma, seja como novos produtos ou matéria-prima. São eles: papéis (papelão, jornal etc.), plásticos, metais e vidros.
  • Cartelas de comprimidos e bandejas de isopor também devem ser descartadas com o reciclável, pois podem se transformar em matéria-prima para blocos da construção civil. Os vidros embalados em jornal ou papelão caso estejam quebrados, para não machucar quem os manusear.
  • O recolhimento de lixo tóxico (pilhas, baterias, toners de impressão, embalagens de inseticidas, tintas, cola, solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes (até 10 unidades), equipamentos eletrônicos portáteis, óleos de origem animal e vegetal (embalados em garrafas PET de 2 litros) é realizado desde 1998 em Curitiba. Um caminhão estaciona todos os dias próximo a um dos terminais de ônibus (veja as datas) e recebe quantidades pequenas (até 10kg por pessoa), de domicílios, sempre das 7h30 às 15h. O material recebido é descarregado pelo caminhão a cada 15 dias e encaminhado a um aterro industrial para a destinação correta, conforme o tipo de resíduo. Terminais de ônibus com maior movimento recebem o descarte de até 80 pessoas por dia.

Cuidados

Até o momento de levar o lixo tóxico aos caminhões, o material deve ser armazenado em casa, separado do restante do lixo para evitar riscos à saúde e ao meio ambiente.

O descarte indevido, junto com o lixo domiciliar ou reciclável, pode causar contaminação do solo, da água e do ar, pela liberação de metais pesados e outros componentes químicos.

Em casa, o ideal é manter, pelo menos, dois recipientes separados, sendo um deles apenas para a fração seca (lixo reciclável). Utilize o saco na cor preta para os resíduos orgânicos e colorido para os recicláveis.

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