Produzindo drogas

Laboratório de refino de cocaína é fechado em Piraquara

Um laboratório de mistura de cocaína foi localizado pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) em Piraquara. Edimar Camargo dos Anjos, 31 anos, o “Gordinho”, suposto dono do laboratório, foi pego em flagrante quando passava 10 gramas de cocaína para Paulo Adriano Reis, 43 anos, na Rua Desembargador Mota, centro de Curitiba. Ambos estão presos. Entre os materiais adicionados ao pó havia até gasolina e ácido bórico, inseticida usado em lavouras.

A delegada Camila Cecconello contou que “Gordinho” era investigado desde abril. A polícia sabia que ele morava em Matinhos e, diariamente, vinha até a região metropolitana, buscava droga e a distribuía no Centro. Na terça-feira (22), os policiais encontraram o depósito, em um terreno no bairro Guarituba, em Piraquara, onde a droga e o material usado na mistura ficavam escondidos em dois carros, em condição de sucata. Foram apreendidos uma balança de precisão, rolos de papel para embalar droga, uma pistola 765 e cerca de R$ 2 mil.

Quilos

A Denarc também recolheu 1,1 quilo de cocaína misturada, que será mandado à perícia; 2,1 quilos de maconha; 15 quilos de ácido bórico e três litros de gasolina. O combustível é usado para dissolver a droga pura e o inseticida, para aumentar a quantidade de cocaína. Quando inalado o ácido, pesquisou Camila, dá sensação anestésica mais forte que morfina.

Segundo a delegada, geralmente, apenas 30% da droga comprada pelo usuário é cocaína. A polícia já apreendeu, por exemplo, pó de giz, pó de mármore, lidocaína e xilocaína (anestésicos), e pó de vidro com traficantes de cocaína. Conforme um dos investigadores, traficantes esfarelam lâmpadas fluorescentes para adicionar à droga e o viciado pensa que seu nariz ficou machucado porque a cocaína era pura.

“Gordinho” disse que a droga não é sua. Ele contou que morava no litoral e, que mudar por sua esposa precisar de tratamento diário no Hospital Oswaldo Cruz e sua filha bebê, com problemas no pulmão, de consultas periódicas e cirurgia. “Ia quase todo dia ver o início das obras. O ex-dono do terreno me disse que quando eu terminasse de construir retiraria os carros velhos. Como que eu ia saber que tinha droga nos carros?”, alegou “Gordinho”.

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