Para economizar um percurso de 1,5 quilômetro, dois ocupantes da Kombi placa AAA-2374, de Curitiba, carregada com sucata, perderam a vida, às 18h40 de ontem, em Campo Largo.
O veículo cruzou a BR-277, no quilômetro 120, sentido Ponta Grossa, e foi colhido pela caminhonete S-10 placa ANL-5076, conduzida por Raimar Kurzhals, 55. Com o choque, Cristiano Bianco, 19, e Ricardo dos Santos Soares, 20, morreram.
Devido ao estado do veículo, a polícia não soube dizer qual dos dois estava ao volante. Cleiton Moreira dos Santos, 15, que também ocupava a Kombi, ficou gravemente ferido e o motorista da S-10 sofreu ferimentos generalizados.
O motorista da Kombi saiu do Jardim Social, do outro lado da rodovia, e foi abastecer. Para não trafegar aproximadamente 1,5 quilômetro, ele voltou na contramão e colidiu com a caminhonete.
“Com o impacto a Kombi foi arrastada por 17,7 metros”, contou a perita Maria do Rócio, que presenciou o acidente. Ela estava indo fazer a perícia de um carro e passava pelo local no momento da colisão e já parou para fazer a perícia. “Sinalizamos a pista até a chegada dos policiais. Um caminhão por pouco não colidiu contra a caminhonete”, contou Maria do Rócio.
Perigo
O forneiro Marcelo Andreassa contou que os rapazes que estavam na Kombi possuem um ferro-velho em um bairro do outro lado da rodovia. “Eles sempre abastecem no posto, colocam R$ 10,00. Se for fazer o contorno corretamente, acaba a gasolina”, justificou Marcelo. “Não tem outro jeito. Ou faz o contorno ou anda na contramão. Todos preferem andar esse pedaço na contramão”, revela.
O guardião Roseni Batista, que reside no bairro, lembrou que há um ano existia uma via marginal, que era utilizada pelos moradores para cortar a rodovia. “Só que a Rodonorte fechou a passagem, obrigando todos a entrar pela contramão. A marginal virou estacionamento para uma loja de cerâmica. O povo foi prejudicado porque este posto de combustível é o mais perto”, reclamou o guardião. Segundo ele, os moradores já fizeram abaixo-assinado para que a Rodonorte reativasse a passagem, mas de nada adiantou.
