O Tribunal de Justiça do Paraná decidiu, na tarde desta quinta-feira (13), pelo desaforamento do julgamento do ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, réu pelo homicídio do petista Marcelo Arruda, em 2022. O júri popular, que deveria ocorrer em Foz do Iguaçu, onde o crime aconteceu, será transferido para Curitiba.
O pedido de mudança de local foi feito pela defesa do réu. O objetivo era levar o julgamento para a cidade de Cascavel, mas a decisão do TJ-PR foi eleger a capital como foro para o júri popular.
Com a decisão, o processo será remetido para uma das duas varas do Tribunal do Júri de Curitiba. De acordo com o advogado Daniel Godoy Jr., a expectativa é de que o caso finalmente tenha um desfecho após a decisão. O julgamento, iniciado em 04 de abril de 2024, em Foz do Iguaçu, foi suspenso após o abandono do plenário pela defesa de Guaranho.
Remarcado para maio, o júri popular foi adiado em função do pedido de desaforamento. “A demora traz prejuízos para todas as partes, incluindo o próprio réu, que aguarda o julgamento preso. Mas, principalmente, traz sofrimento para a família do Marcelo, que também é vítima desse crime brutal. Ele deixou viúva e quatro filhos, sendo que o mais novo só tinha 45 dias quando o pai foi assassinado. O importante é que o julgamento ocorra em breve e que a justiça seja feita, com a condenação do réu pelo homicídio duplamente qualificado, pelo motivo fútil e o risco às pessoas que estavam na festa no momento do crime”, sustenta Godoy.
Relembre o caso
Vítima foi morta quando comemorava 50 anos. No dia 9 de julho de 2022, Arruda celebrava o aniversário com amigos em Foz do Iguaçu em uma festa temática do PT – o guarda municipal era eleitor de Lula.
Guaranho invadiu a festa aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, segundo relataram testemunhas. O homem ameaçou os presentes e saiu. Depois, ao reencontrar Arruda, atirou no aniversariante, que também estava armado e revidou – mas não sobreviveu.
Arruda era casado e tinha quatro filhos. Ele era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz, tesoureiro do PT municipal e foi candidato a vice-prefeito.
Defesa descarta motivação política e vai pedir absolvição. Os representantes legais de Guaranho alegam que o policial penal agiu em legítima defesa, já que Arruda estava com a arma em punho quando o atirador invadiu a festa onde ocorreu o crime.