O júri popular dos acusados no envolvimento da morte do empresário Fabrizzio Machado da Silva, 34 anos, que presidia a Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) e investigava fraudes na venda de combustíveis em postos de gasolina, começou nesta quinta-feira (12) e segue sem prazo para terminar. Fabrício foi morto a tiros na noite de 23 de março de 2017, em frente à garagem de casa, no Capão da Imbuia, em Curitiba.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), os envolvidos são Onildo Chaves de Córdova II, empresário e dono de uma rede de postos de combustíveis investigada que teria encomendado o crime, Jeferson Rocha da Silva, que teria chamado Patrick Jurczyszyn Leandro para executar o crime por R$ 20 mil, e Matheus Willian Marcondes Guedes, que teria dirigido o veículo na hora do crime.
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Na denúncia, o MPPR apontou que Silva teria sido morto porque investigava fraudes em postos de combustíveis. Após a sua morte, inclusive, a “Operação Pane Seca” foi deflagrada pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep), com o objetivo de prender duas quadrilhas que adulteravam a quantidade de combustível nas bombas dos postos. Foi comprovado que os clientes pagavam por uma quantidade maior do que realmente entrava no tanque dos seus veículos.
Onildo Chaves de Córdova estava entre os presos naquela operação, que foi deflagrada com informações repassadas ao Diep pela ABCFC, justamente a instituição que Fabrízzio era presidente.
Ao jornal Meio Dia Paraná, nesta quinta, os advogados dos réus e da família se manifestaram. “Após mais de quatro anos que nós estamos neste processo, desde a morte do Fabrízzio até hoje, foram produzidos vários elementos de provas, provas foram confirmadas em contraditório judicial. Esperamos que hoje, todos os quatro acusados sejam exemplarmente condenados pelo Tribunal do Júri”, disse o advogado de da família de Fabrízzio.
A defesa de Matheus disse que vai provar a inocência dele. “A questão técnica, que nós vamos debater ali, é que não há provas sequer da colocação dele no cenário da morte. Nem próximo estava. Então, nós vamos discutir isso e o Conselho de Sentença que haverá de deliberar, como é da competência nos julgamentos dos crimes dolosos contra a vida”, disse o advogado em entrevista.
Por meio de nota, a defesa de Córdova disse que “os jurados conhecerão uma história de injustiça, construída por erros de investigação e acusações sem fundamento. E que elencou sete provas produzidas na fase de instrução, que não só provam a inocência de Onildo mas indicam indícios de uma investigação prejudicada por uma série de erros”.
Também em nota, o advogado de Patrick ressalta que “a primeira vez que se pronunciará será no júri e que seja restabelecida a verdade dos fatos”.
A defesa de Jeferson, também em nota, explicou que, “como o caso envolve a segurança do cliente que já sofreu um atentado no ano passado, a manifestação ocorrerá apenas no Plenário do Júri.