Mais de 25 anos cada um

Júri condena Marcos Ramon e Wagner Oganauskas pela morte de Ana Paula Campestrini

Ana Paula Campestrini morreu em 2019, em Curitiba
Ana Paula Campestrini foi assassinada na frente de casa, após uma emboscada. Foto: Arquivo.

O julgamento dos acusados Marcos Antonio Ramon e Wagner Oganauskas pela morte de Ana Paula Campestrini chegou ao fim. O júri decidiu pela condenação de Wagner por homicídio qualificado, em pena definitiva de 25 anos de reclusão em regime fechado.

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Marcos Ramon também foi condenado pelo júri por homicídio qualificado, com pena definitiva de 28 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado. Marcos Ramon também foi condenado pelo crime de fraude processual, com pena aplicada de um ano, um mês e dois dias de detenção em regime semi-aberto.

Na abertura do segundo dia de julgamento, no depoimento, Ramon afirmou que planejou o crime durante três meses, tentando obter informações sobre a rotina da vítima e o endereço dela. O objetivo, segundo ele, era obter vantagem financeira sobre o ex-marido de Ana Paula, ao tentar incriminar Oganauskas.

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“Fui eu que matei a Ana. Porque eu achei uma forma de conseguir dinheiro, afastando o Wagner da função dele de presidente. Eu era o segundo dentro do clube. E, daí, eu pensei uma forma de tirar o Wagner do caminho, buscando o que ele poderia ter de podre. Não consegui achar nada. Vi que ele tinha uma briga com a ex-esposa dele. Logicamente, ele ia ser o culpado, ele ia ser o condenado”, disse Ramon.

Wagner é suspeito de ser mandante do crime, mas durante o julgamento negou ter participado e planejado a morte da ex-esposa Ana Paula Campestrini.

Discussão no primeiro dia de julgamento

Na quinta-feira, primeiro dia de julgamento, um vídeo mostra o trecho da discussão entre advogados de acusação e defesa, durante o júri. O vídeo começa com a fala do réu Wagner Oganauskas. Durante o depoimento, ele disse que não perdoaria o advogado de defesa da vítima Jeffrey Chiquini, pelo tratamento dado à filha do casal durante o depoimento dela no tribunal.

O advogado da família rebateu a fala na hora, perguntando se o acusado iria matá-lo também. “Preciso de carro blindado? Preciso andar com segurança? Por que ele disse que não vai me perdoar? Eu tenho que saber o seguinte, ele não perdoou Ana Paula e matou Ana Paula. Se ele não me perdoar, vai querer me matar também?”, argumentou Chiquini. O vídeo do Tribunal de Justiça do Paraná mostra um trecho do julgamento. (0001031-84.2021.8.16.0006).

A partir daí, um bate-boca começou no júri, entre os advogados de acusação e defesa. Na banca da defesa do réu, o renomado advogado criminalista Elias Mattar Assad chega a perguntar se Chiquini “bebeu”. “O senhor tomou o que? Bebeu? Cheirou?”, perguntou Assad.

O trecho do vídeo mostra que a discussão segue quente. Porém, no final do trecho, dá para perceber uma fala de alguém que interfere para que os ânimos se acalmem, possivelmente o juiz.

Caso Ana Campestrini

Dois homens foram presos na manhã do dia 24 de junho de 2021 suspeitos de envolvimento na morte de Ana Paula Campestrini Oganauskas, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. A prisão dos homens, identificados como Wagner Cardeal Oganauskas, advogado presidente da Sociedade Morgenau, e Marcos Antonio Ramon, diretor do clube Morgenau, ocorreu em Curitiba. Wagner é ex-marido de Ana Paula, suspeito de ser mandante do crime.

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O crime, flagrado por câmeras de segurança, aconteceu de forma brutal, no momento em que a vítima estava chegando na residência em que morava. Ela foi abordada por um homem em uma motocicleta que disparou por diversas vezes contra o carro em que Ana Paula estava. “Está comprovado que o autor dos disparos perseguiu a vítima no trajeto até o local da morte”, disse a delegada Tathiana Guzella à imprensa na época do crime.

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