Nanofertilizantes

Indústria na RMC quer revolucionar a agricultura de todo o Brasil

Foto: Freepik / imagem ilustrativa.

Ocorreu nesta sexta-feira (21) em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), o lançamento da pedra fundamental da primeira fábrica de nanofertilizantes do Brasil. A unidade receberá um investimento inicial de US$ 12 milhões (aproximadamente R$ 66 milhões), o que também contempla um centro avançado de pesquisa e desenvolvimento.

O empreendimento foi idealizada pela Nanoventions Brasil, empresa que integra o grupo econômico da Indian Farmers Fertiliser Cooperative (IFFCO), a maior cooperativa agrícola da Índia. Após tratativas com empresários locais que se tornaram sócios da Nanoventions Brasil, a IFFCO escolheu o Paraná como o primeiro destino fora do país asiático no plano de expansão internacional.

A produção de nanofertilizantes em solo paranaense deverá reduzir a dependência de insumos que hoje são importados pelos produtores estaduais e do restante do Brasil. A tecnologia desenvolvida pelos indianos também representa um avanço em relação aos fertilizantes tradicionais por serem mais eficientes, o que deverá reduzir custos aos agricultores, o desperdício de insumos e os impactos ambientais.

A infraestrutura da fábrica deve ficar pronta em outubro. Para o projeto de construção e instalação da linha de produção, os equipamentos serão enviados prontos para montagem diretamente da sede da IFFCO na Índia. A capacidade produtiva da fábrica é estimada em 5 milhões de litros de nanofertilizantes por ano, mas a Nanoventions Brasil prevê dobrar esse potencial em cinco anos de operação.

Nova fábrica vai gerar empregos na Grande Curitiba

Até 2029, cerca de 150 empregos diretos e 450 indiretos devem ser gerados com a operação, que tem receita bruta projetada em R$ 225 milhões anuais a partir do quinto ano de funcionamento.

Segundo o sócio-fundador da Nanoventions Brasil, Fausto José Caron, a empresa analisou seis estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para instalar a primeira fábrica, mas acabou optando pelo Paraná por condições favoráveis ao crescimento do modelo de negócios.

“Nós fizemos tratativas com vários estados, mas o Paraná se destacou por ter um programa de benefícios fiscais muito bem estruturado, uma infraestrutura robusta, com destaque para a malha rodoviária e o Porto de Paranaguá, e uma equipe governamental que nos atendeu muito bem desde o início”, relatou Caron.

Como funcionam os nanofertilizantes

Os nanofertilizantes utilizam partículas em escala nanométrica que garantem mais eficiência na absorção e uso eficiente de nutrientes, aumento da produtividade agrícola devido à necessidade da aplicação de menos doses do produto, o que também diminui riscos de contaminação do solo e dos recursos hídricos, bem como menos emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

O desenvolvimento dos nanofertilizantes demandaram US$ 200 milhões de investimentos e oito anos de estudos e pesquisas. Na Índia, onde já são amplamente utilizados, eles revolucionaram a produção agrícola devido à alta eficiência na nutrição vegetal.

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